Há paisagens que nos marcam...
Desde sempre fui confrontada com as paisagens...Era a serra que via da janela do quarto de infância e a praia que via da janela do quarto do resto da minha vida...
Olhando um tipo de paisagem ela imbui-nos de sentimentos diferenciados:
- uma paisagem de relva, de flores a crescer num campo verdejante e comprido dá calma...convida a sentar, a relaxar, a pôr uma azeda na boca enquanto nos deitamos com as mãos atrás da cabeça e comentamos as formas das núvens que passam;
- uma paisagem de montanha de granito, fendas abruptas, montes escarpados, fria aos olhos e à temperatura da pele... convida a fechar o casaco, apertar o cachecol, a pôr as mãos nos bolsos e a olhar, a procurar com o olhar algo que acalme esse olhar... uma flor, uma erva no sítio mais agreste;
- uma paisagem de praia ao fim do dia... convida à nostalgia, ao encosto, às pegadas na areia molhada, ao olhar para trás (nunca percebi, mas não convida muito a olhar para a frente...) deve ser porque as marcas na areia ficam atrás;
- uma paisagem de neve...automaticamente convida à brincadeira! às bolas de neve pelas costas abaixo, ao ski descontrolado e rebolador;
- e esta paisagem? a que convida...
Cabo Sardão, Setembro 2003
1 comentário:
Pensar...em como é possível descobrir tanta calma mesmo rodeado de montanhas escarpadas e de picos agrestes...no mar que traquilamente se aproxima e afasta, num vaivém contínuo...sereno apesar da imensidão...límpido, acolhedor...
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