domingo, outubro 14, 2018

4 anos de Xavier

Fazes 4 anos. Ontem olhaste para um presente que recebeste e dizia "+3" e pensaste que se tinham enganado. Se já ias ter 4 como poderiam estar a dar um presente para meninos de 3 anos?
Continuas a adorar números. Passas o dia a fazer contas e relações de quantidades. Deste uma gargalhada quando percebeste que um 3 e um M podiam ser muito semelhantes se rodasses a folha de papel.
Não falemos em papel. Passas os dias a desenhar, a fazer construções de papel, a fazer origamis inventados por ti. E nada pode ir fora, porque aquele pedaço de papel que parece amachucado contém uma história e irá ligar-se a outro papel que aparenta estar amarrotado mas que é muito mais do que isso.
E continuas a dedicar grande parte do teu dia a ver livros, e a brincar com playmobil. Horas.
Tens uma paixão por animais. E falas de tatus e de preguiças, como falas de formigas e de dinossauros. Ah... dinossauros. Fomos no verão ao Dino parque e ainda andas com o mapa do parque. Usas o mapa e brincas com os dinossauros que tens em casa. Eles fazem parte do teu Dino parque versão Costa de Caparica. Sonhas voltar ao da Lourinhã.
Como presente de anos antecipado fomos ao Badoca park. Não sabias para onde olhar. Mas ficaste triste de não ver o teu animal favorito, o leão. Penso que esperavas passar por ele, como quem passou pelas girafas e zebras.
Ficaste triste, mas isso não te entristeceu o dia. Porque tens essa capacidade fantástica de retirar o melhor das situações. E de falar do que te pôs triste. E de dizer, por exemplo, à tua irmã: Não gosto que contes essa história sobre mim. Não me portei bem e fico triste quando a contas.
Devia ter escrito "mana", não é? Porque é assim que a chamas e que soa e ressoa diariamente por onde quer que andemos.
Continuas doce, doce. A querer beijinhos e abraços e a querer dá-los. Costumas dizer que tens um beijinho guardado à espera que eu chegue a casa.
A novidade recente é que finalmente estás a tempo inteiro na escola. E és feliz, feliz. Vens para casa a contar tudo o que aconteceu. Adoras as artes, as atividades de mini-chef, as atividades de vida diária. Ficas feliz pelas conquistas dos teus amigos: Sabes, mãe, o YYY já está a conseguir gritar menos. É bom, não é?
Descobriste como fazer batota a jogar cartas e como isso irrita as pessoas. Tiras partido disso ao fazer tudo com um ar tão meloso que ninguém acredita que estás mesmo a fazer batota ao peixinho.
Continuas uma lapazinha e a adorar colo, mas estás a crescer e o "quero a mamã", já vai sendo substituído por querer descobrir mundo.
Parabéns querido Xavi, são 4 anos!
"Mãe, 4 é mais do que 3 e menos do que 5. Se 4 mais 4 são 8, então 3 mais 5 também são 8, não é?".

quinta-feira, setembro 27, 2018

Parabéns MI - Sai uma meia dúzia de anos!

É o teu último dia com 5 anos. Pedes que te conte o dia em que nasceste. A que horas fomos para o hospital, se comemos, se dormimos... Digo-te que fomos depois de almoço e que nasceste já depois da hora de jantar. Que decidimos (finalmente) o teu nome, estávamos nós a caminho do hospital. Conto a alegria que sentimos. Não conto a ansiedade que vivemos pensando, a certa altura, que te poderíamos perder. O Xavier interrompe e pergunta se ele continuava na barriga. Tu sorris e dizes: Estavas no coração dos pais.
Neste ano cresceste. Não muito em altura, que 1.06m coloca-te sempre nos mais baixos, mas estás a perder o ar de menina pequena. Gostas de colar brincos autocolantes quando vais a festas e de nesse dia pôr perfume.
Há meio ano choraste quando te li uma história em que a irmã mais nova pensava que tinham trocado a irmã mais velha, porque esta já não brincava com ela da mesma forma, nem se interessava pelos mesmos assuntos. Choraste e disseste: Nunca, mas nunca vou fazer isso ao Xavier! Mas, claro, já fazes. Repara que por vezes ele propõe jogar com o Playmobil e tu dizes, "agora prefiro desenhar letras, mas olha, ficamos aqui um ao lado do outro a brincar" ou por vezes preferes ver um desenho animado que não  é o mesmo que ele quer, que é mais infantil.
Continuas com uma energia sem fim. A viver tudo com uma intensidade que tentamos ajudar-te a descobrir como gerir. Adoras viajar, passear, ter programas. À sexta-feira, a pergunta da praxe é sempre: Quais são os planos para o fim-de-semana? E dás a tua opinião.
És empenhada. Tanto te empenhas a vender rifas para ajudar quem precise, como rezas diariamente por alguém que está doente e pelas crianças que vivem situações difíceis. É natural em ti.
O melhor das tuas férias foi ter visto 5 estrelas cadentes. E estar na serra, deitados nas escadas de uma pequena capela, noite escura, à procura das ditas estrelas. E mergulhar em rios e piscinas sem ter pé.
Decidimos que não irias para o primeiro ano. Não foi decisão difícil, mas foi um pouco difícil para ti ver os amigos da mesma idade irem. Pedias que explicássemos que não ias mas que irias estar a aprender muitas coisas e que estavas feliz. Nunca conseguiste ser tu a dizer, mas já foste perdendo alguma da timidez. Quando ela assome pegas na mão do Xavier e dizes: Vamos os dois. Assim, a mana consegue perguntar o que é preciso.
És muito feliz na escola e contas com alegria as várias atividades e brincadeiras que fazes.
- O que mais gostaste hoje na escola, Maria Inês? - perguntei eu ontem.
- Foi de ter percebido uma coisa que o Xavier me ensinou.
- O que foi?
- Que na casa de banho da escola o tampo da sanita baixa devagarinho quando o baixamos. Não é como em casa que se empurramos ele bate e faz pum.
:)
Parabéns querida MI. Que continues a fascinar-te com o que o mundo tem para oferecer!