quarta-feira, dezembro 31, 2014

MI e a dentadinha

Pois é MI...este dia haveria de chegar...
Entre os mil beijos (e cada vez mais ternurentos) que dás ao baby X, entre as vezes em que deitas a tua cabeça em cima da barriga dele, sem perceber porque faz barulhos de protesto, entre as vezes em que pões o dedo na boca a chuchar mas em vez de fazeres festas na tua orelha esticas o braço e fazes as festas na orelha dele, ao mesmo tempo que encostas a cabeça, entre as vezes em que agarras-lhe os braços para entusiasticamente tentar que bata palmas quando acontece alguma coisa que te põe muito feliz, entre as vezes que o chamas (e continua a ser Clá...vai mesmo ficar este nome) para que ele te veja comer ou brincar com qualquer coisa que gostas muito, entre as vezes, dizia eu, em que tudo isto acontece, tinha de vir o dia em que lhe davas uma dentada e, foi hoje!

Ele estava ao colo do pai, mas só reparámos quando desatou a chorar. Logo de seguida dás uma dentadinha na tua mão, como que a ver se fazia sentido ele estar a chorar tanto. Ficaste como que espantada pela reacção, como se não esperasses que chorasse assim. A minha reacção sei que não foi a melhor, insisti no assunto mais do que tu tens capacidade para perceber, logo do que devia.

Mas tu, como sempre tem acontecido nestes meses, continuas a surpreender. E passado 1h, estávamos já a jantar, a conversar e a brincar tu perguntas: "Mãe, o doi-doi do Clá já tá?", eu perguntei a que doi doi referia-se e ela responde apontando para a mão dele (a que tinha levado a dentada) e respondi que sim. Então fazes um ar muito feliz e dizes agarrando na mão dele (essa mesmo): O doi-doi já tá Clá, o doi-doi já tá!! (dando um beijinho ternurento na mão - sim, nessa mesmo).

sexta-feira, novembro 14, 2014

Um mês de baby X

Foi há um mês.

Há um mês, se dúvidas houvesse, repetiu-se a a magia sentida no nascimento da MI. Desta vez conseguimos aproveitar melhor, porque o parto, apesar de mais demorado, foi mais tranquilo. E digo conseguimos porque desta vez o pai André pôde assistir, o que permitiu saborear melhor a torrente de emoções que é esse momento.

Baby X, há um mês que nos estamos a descobrir:
Já sei que fazes mil barulhinhos diferentes quando estás quase a acordar.
Já sei que quando choras de irritação mexes muito as mãos e braços, mas se é da barriguinha que dás às pernas feito ciclista.
Já sei que detestas o "ovo", e mal sentes o clique dos cintos, berras a sério.
Já sei que não gostas do sling, mas do pano sim!
Já sei que gostas de ficar enroscadinho feito bola no peito, quando acabas de mamar.
Já sei que entre as 6h e as 8h da manhã não pregas olho. Não choras, simplesmente ficas de olhos abertos. Só adormeces se o pai te encostar a ele (e é só se for ele) ou se entretanto o relógio marcar 8h01!
Já sei que o teu mundo está muito mais barulhento do que era o da tua irmã. Pudera, ela não te dá descanso quando estão juntos.
Já sei que a tua cama tem "picos", em especial quando vens de um colinho quente, mas que gostas de estar em cima do sofá, na mesma manta que a tua irmã usava.
Já sei que bolsas se me distraio e dou-te de mamar mais deitada.
Já sei que as tuas unhas crescem a uma velocidade estonteante e que só descubro isso quando tens mais um arranhão ou quando arranhas a MI, quando os teus braços fazem aqueles movimentos impossíveis de replicar.
Já sei que o amor por ti vai crescendo, devagar mas intensamente, tal como tu vais crescendo, como comprovam os bodies e babygrows que já vão sendo arrumados por já não fecharem.
Já sei que a tua irmã te adora, e todos os receios iniciais se esfumaram a cada beijo que te dá. Deu-te o nome de "Clá" e quase que  desejo que te chame para sempre assim, de tal maneira é doce a forma como o diz...

Baby X, na primeira semana chorei das dores da recuperação do parto, da subida do leite e da ansiedade de gerir as "dores" da tua irmã. Na segunda e terceira semana a tranquilidade de saber que tudo passa e melhora permitiu que nos fossemos ajustando e a tua calma também ajudou, e fomos à praia, a parques e jardins, a casamentos e jantares fora.
Agora na quarta semana baby X, és tu que choras. Por tudo e por nada, como fazem os bebés. Mas, olha,... já sei que também isso passa e que tudo nos faz sentido contigo por aqui!
 


terça-feira, outubro 21, 2014

MI: 16 Outubro foi o dia em que (re)conheceste o teu irmão

Querida MI:
o teu irmão nasceu dia 14, mas só o viste dia 16. Passaste 4 dias sem me ver. Sei que andavas pela casa a dizer "mamã não há", e era difícil explicar-te onde é que eu estava, por isso já esperava a tua reacção de zanga.

Chegaste ao hospital zangada, não me falavas, não me dirigias o olhar. Ao mesmo tempo estavas assustada e agarravas a tua boneca preferida como se fosse uma bóia. Peguei na tua boneca e carreguei na barriga, ela faz uns sons muito giros e tu começaste a abrir o sorriso. Olhaste então para o X., que estava ao colo da avó. Olhaste para a tua boneca e novamente para ele e disseste: dois! Para ti eram 2 bonecos. Aproximaste-te então e carregaste na barriga dele. Ele não fez os sons muito giros que esperavas e ficaste espantada. Mas abriu e fechou os olhos então isso soou-te familiar e disseste que estava no "oó!" Tranquilizou-te estares a perceber alguma coisa. Andámos pelo corredor do hospital a ver bebés dos outros quartos e cartazes com bebés, foste sorrindo e apontando para tudo.

Viemos todos para casa nesse dia.

Disseste-lhe olá e ele fez um "uaá", abriste os olhos de espanto, como quem diz "ele respondeu-me!!!". Foi aí que ele te conquistou, mesmo sem sabê-lo. Quiseste ir mostrar o teu quarto, os teus brinquedos preferidos, querias que carregasse nos livros que dão sons, mostraste tudo o que o teu quarto, o teu mundo, tem de mais bonito.

Desde então preocupas-te quando ele chora, sorris e dás mil beijos nos pés, pernas e cabeça. É-te difícil perceber que ele não olhe para onde queres que olhe, mas aceitas.
E só, mesmo só, quando estás com muito soninho e cansada, em que o colo do pai já não é suficiente e queres o da mãe, e ele está ocupado com o mano a mamar ou a nanar é que ficas triste e tentas que ele saia de lá, dizendo "dai, dai"=sai, sai, não querendo partilhar aquele colo que foi só teu durante 2 anos.

Querida MI, no dia 16, dia em que (re)conheceste o teu irmão - aquele a quem fazias festinhas através da barriga, empurrando o umbigo da mãe para dentro porque pensavas que era aí que ele estava - transformaste-te na irmã mais velha(!), mas continuas a ser o meu amor pequenino. E, minha querida, o amor cresceu!

sexta-feira, setembro 12, 2014

A 2 semanas dos 2 anos

Querida MI:

Escrevo-te a 2 semanas dos 2 anos.

Porque não sei como vão ser as próxima semanas. Se o Mano (ainda sem nome) decide nascer mais cedo, se decide nascer no teu dia de anos, se decide "dar-nos" mais umas semanas para continuar a saborear-te como filha única.

Escrevo-te a 2 semanas dos 2 anos, por que sei que assim tenho tempo para descrever-te...

Desde que mudámos de casa que já não adormeces tão bem à noite, se é uma fase não interessa, porque transformámos esse tempo mais demorado num novo ritual! Assim, tu escolhes os livros que queres ler. Invariavelmente, há o livro que o pai lê, o livro que a mãe lê e o livro da "gixês", que é como dizes o teu nome, e o livro do oó (que é o último antes de ir dormir). Depois deitas-te na cama "grande", que é a cama para onde irás quando saíres (em breve) da cama de grades, e agradecemos ao "Jesu" o dia que tivemos. Para isso vou contando o teu dia e e o dia dos pais. No fim adormeces, chuchando o dedo que insiste em ficar (polegar da mão esquerda, nada de confundir com outro, porque não "sabe" ao mesmo) na boca quando estás com sono ou a adormecer.

De manhã acordas, habitualmente bem-disposta, com a alegria de quem não tem horários, corres pela casa, dizes "papá oó" quando passas no quarto dos pais, fingindo pensar que o pai continuará a dormir apesar dos teus gritos e passos apressados pela casa toda, brincas e escolhes que brinquedo vais levar para casa da Avó Paula, onde passarás o dia.

Sabes MI, dos passos titubeantes que davas há um ano, passaste a correr. Corres para os braços do pai, Corres para ir buscar o livro que queres "ler" à prateleira (prateleira essa onde só chegas em bicos de pés porque continuas pequenina). Corres com o Tintim, o cão da tua Bivó Amélia, e que passeias pelo parque com um orgulho tal que abrem-se sorrisos. Corres para ir brincar, com os amigos do parque, com os filhos dos amigos dos pais, com aqueles com quem te cruzas.

Das comidas passadas e dadas em jeito de aviãozinho (a sério que só tiveste o primeiro dente com um ano, já não me lembro...), passaste a trincar, moer e tudo o mais. Já tens 16 dentes e tens gostos muito peculiares: a beterraba e a couve roxa fazem-te os olhos brilhar, consegues comer uma mão cheia de bagas de goji (que nem sei que sabor tem), deliras com peixe, carapau e sardinha no top 2, mas claro, não esqueçamos o arroz e demais massas, que te fazem largar a colher com que já comes sozinha para agarrar pedaço a pedaço do prato e levares à boca com sorrisos de satisfação. Este Verão aprendeste a procurar pinhões nas pinhas caídas e passamos serões a parti-los para tirar da casca dura. Como não sabes ainda dizer "pinhão", quando queres comer um mimicas o gesto de partir com a pedra, que se torna impossível não entender.

Gostas de riscar tudo, a avó Paula já tem um Picasso na parece do corredor que teima em ficar, é estrnaho, apaga-se e no dia seguinte volta... (está visto que vai ficar), e as folhas de papel, pequenas ou grandes enchem-se de gatafunhos, que vamos percebendo na medida do vocabulário que entendemos que dizes. Assim, os desenhos preferidos para já são os carros (ditos com rr's à francesa), os uauas (gatos), os tintins (cães), os tutus (passaros) e os tutus da uaaauaaa (peixes).

Não dizes Avó ou Avô, mas deliras quando qualquer um deles está contigo e fazes brincadeiras específicas com cada um e sabendo desafiar também de forma diferente cada um! Os tios (quer de família, quer amigos dos pais), são todos "Ti", um dia terão nome, mas não duvidam que sabes quem são e também o que gostas de fazer com eles. Os primos...ui, esses fazem-te dar gargalhadas, quando brincam contigo.

Dás uns beijos doces doces, com som e tudo, que encantam quem os recebe. Sorte a nossa, ao termos-te em casa todos os dias, que recebemo-los a pedido e sem ser a pedido, acompanhados de festas na face e olhar ternurento.

Maria Inês, nosso amor pequenino, os teus 2 anos de vida não podiam ter-nos trazido mais alegria. Que continues a crescer em graça e formosura e a ensinar-nos a crescer como pais!


terça-feira, abril 08, 2014

Coincidências do tempo ou do amor?

O pai. O pai...
Aos 18 meses o pai tem uma importância enorme para a MI.
Desde pequena que nas ausências por trabalho se nota que lhe sente a falta, mas como esta semana nunca aconteceu...
Há 2 dias que anda pela casa a apontar tudo o que lhe lembra o pai: as pantufas de renas natalícias que estão no canto do quarto fazem-na dizer um "pai" sorridente; o carro faz dizer um "pai" entusiasmado de quem acha que o vamos buscar; o canto do sofá onde habitualmente se senta um "pai" mais sumido, mas foi na nossa cama, onde esta noite ela dormiu, porque na cama dela passava o tempo a chamar "pai, pai paiiii", que ela conseguiu descansar, com a mão e a cabeça encostadas à almofada do lado "dele" e adormeceu a dizer baixinho "pai"...
Esta manhã disse-lhe "o pai chega hoje", sem pensar que não sei o que nela representa o tempo. Só sei que à hora da sesta (em que ela adormece habitualmente em 5m) ela não adormecia por nada, as horas passavam e ninguém a deitava e só chamava pai... Até que a minha mãe tem uma ideia, pega no telefone e liga ao André dizendo "dá-lhe um beijinho que só chama pelo pai", e o André envia um beijinho por telefone, a que ela tentou responder por aquela via que permite ouvir o pai mas não vê-lo e... passado 5m dormia descansada, num sono calmo de onde ainda não acordou.
Coincidência do tempo ou do amor? Acho que sei a resposta.