quarta-feira, outubro 31, 2007

A vida dele dava um filme indiano!


Eram 11h da manhã. O sr. K.S. teve alta hospitalar. De acordo com os médicos estava tudo ok. É indiano. Enquanto estava no hospital aparentava estar desorientado mas conseguiu explicar a uma tradutora que tinha casa e morava no bairro Campolide em Lisboa. Sim, porque ninguém sabia nada dele. Tinha sido encontrado no chão, alcoolizado e com um traumatismo craniano. Portanto o nosso papel seria só levá-lo até casa. Um instante... Wrong...

Saímos do hospital com o senhor apenas referindo esse bairro e o Martim Moniz (MM). Fomos então com ele até ao MM na esperança que encontrasse alguém conhecido. Chegado lá... insistiu em ir ao MM...Connosco a insistir que era no MM que estava...enfim, o sr encontrava-se muito desorientado mesmo, não só no espaço, mas também no tempo!!! O outro bairro já não era mencionado...

Decidimos levar a almoçar a uma instituição de forma a que tivessemos tempo para comer qualquer coisa e fazer telefonemas com hipoteses de alojamento para o sr.

Depois de almoço já tinhamos ligado para 2 instituições possíveis. Uma recusou, outra pediu para falar com outro responsável, e outro, e outro até que acertámos na pessoa! Se o sr. aceitasse poderia ir para lá, mas não poderia beber, fumar ou sair sozinho. Regras da casa. O que seria bom para quem estava desorientado!

Voltámos ao MM. O sr. começa desesperado a querer tabaco e só depois de satisfazer isso pensa na casa. Se não consegue não fumar e queria também beber decidimos esquecer a outra hipótese de alojamento.
Insiste que a casa é no MM, (onde nos encontrávamos!), então dizemos: "siga à frente que nós vamos lá consigo".

É aqui que a "sorte" começa a mudar. Passamos o Rossio e na Praça da Figueira encontramos um conhecido indiano que nos diz que ele mora no bairro S. "Ufa", pensámos nós. Wrong... liga a um outro amigo indiano que mora nesse bairro que nos explica que o sr K.S. é uma pessoa "indesejada" no local. Que está a dormir na rua no bairro há uns tempos porque não pagava a renda, embebedava-se e ninguém conseguia aguentá-lo mais, mas que tinha lá amigos que talvez o recebessem agora.

Apanhámos um taxi e vamos para esse bairro. Lá chegados alta festa! "Ufa", pensamos nós outra vez... Wrong...Decidimos ir com ele até à sua casa. bate à porta e nada. Bate outra vez e nada. Bate 3ª vez e nada... a vizinha entretanto aparece e diz que o dono da casa tinha saído há 3m para ir apanhar o comboio na estação pois ia para Espanha trabalhar. Corremos feitos loucos até à estação e estava o comboio a chegar quando dizemos (gritamos!) para não apanhar o comboio e esperar um pouco.

O amigo esperou. Em conversa diz-nos que ele não pode ficar lá em casa, que já esgotou a paciência e o dinheiro que gastava com ele. Falamos na hipótese de o K.S. voltar para a India (está em Portugal há 8 anos).

O amigo (impecável e ansioso de se livrar do "embrulho") liga para a família na India. K.S. fala com a família que lhe diz que já não o aguenta e não o recebe. Ele diz também não querer ir...
Marcamos vaga num centro de acolhimento, para pelo menos ter onde dormir uma noite.

Às 19h K.S. percebe que não vai poder ficar na casa que pensava ser sua sem o ser e vai-se embora sem nos dizer nada. Deixa-nos com o amigo. Procurámo-lo e já estava à procura de um sítio onde pudesse beber...

terça-feira, outubro 30, 2007

Details


Pormenor da escultura de Joana Vasconcelos que se encontra no CCB, à porta do Museu Berardo
Belém, Out 07

domingo, outubro 28, 2007

Resquícios do passado2

É a casa de que sempre ouvimos falar. Que se tornou nossa pela intensidade de memórias. Memórias das histórias ouvidas que remontam aos bisavós e aos trisavós e memórias das histórias vividas que remontam à infância.
Foi por isso que foi difícil dar com ela. As ruelas todas parecidas, buscando aquele recanto de que nos lembrávamos perfeitamente e perfeitamente enganadas pelas memórias de criança. Conseguimos, no entanto lá chegar!
E mal cruzámos o portão verde e descascado foi possível ouvir, ainda ao longe, fundo na memória, o barulho do comboio a passar, com a história do cão que adormeceu com a pata em cima da linha e só perdeu uma unha, de ver os ibiscos, que continuam a existir sempre onde quer que a minha avó viva, a ouvir os caseiros e a empregada de uma vida (a Alicinha), que fazia o melhor arroz doce do mundo e que provocou a fama de eu gostar imenso de arroz doce!
Cruzando a casa ouviu-se ainda tocar, muito ao longe o violoncelo da bisavó, que fazia que sempre que tocava uma pequena aranha descesse do tecto, voltando depois a subir e, se escutassemos com mais atenção, ouviamos o duo do violencelo da bisavó e do piano da mãe a treinarem para os seus concertos... E tanto tanto mais! Foi mesmo um regresso aos resquícios do passado...

S. Pedro do Estoril, Out 07

Resquícios do passado


São Pedro Estoril, Out 07

sábado, outubro 27, 2007

Há com cada dia...


Era 4ª feira. Estava sentado. Melhor dizendo: semi-deitado. Às 15h, às 18h depois de uma mega chuvada, às 21h...Aproximámo-nos. O conhecimento de há um ano permite perceber melhor como está. Aparentava estar alcoolizado, como costume àquela hora da noite, mas a não-mobilidade, o olhar parado, o facto de estar completamente encharcado sem o notar e a praticamente não-resposta às nossas perguntas fizeram-nos ficar preocupados. Falávamos com ele em inglês, porque o nosso dinamarquês é nulo.

As respostas que dava quando percebiamos poderiam ser dinamarquês, mas também nada de compreensível. Chamámos uma associação que tem médicos e enfermeiros à noite. A médica achou que o melhor era mesmo ir às urgências, mas a carrinha deles não permite levar pessoas. Chamámos outra instituição cuja equipa de rua tem carrinha e com força de homens lá o arrastámos para a mesma.

Continuava assustado. Ficámos com ele até perceber se ficaria internado no hospital. Assim foi.

No dia seguinte ligou a Assistente Social, dado que ele não tinha documentos, a pedir-nos informações. Combinámos ir na 6ª visitá-lo pelas 10h, para ele ver "caras conhecidas".

Morreu antes disso. Pela 9h. Com uma paragem cardiorrespiratória.

Acompanhado e bem cuidado.

Depois de reconhecermos o corpo (o que faz a ausência de documentação...), de revirarmos os seus pertences à procura de algum documento e de avisarmos as pessoas que ao pé dele dormiam ficámos a saber que já no Domingo não se sentia bem e que os "colegas de situação" tentaram chamar o 112, que não foi por pensar que era um caso social...

Há com cada dia...

quinta-feira, outubro 25, 2007

Relaxe...


Serra da Estrela, Out 07

Pouca terra Pouca terra, Puu, Puu...


Sortelha, Out 07

quarta-feira, outubro 24, 2007

Energia solar!


Feria de Zaragoza, Saragoça, Out 07

terça-feira, outubro 23, 2007

"Que eu saiba acolher a vida como a oportunidade que ela é"


Ajuda-me, Senhor, a receber cada dia como um dom.
Ajuda-me a reconhecer que nada me falta, que Tu me deste tudo aquilo que é necessário para fazer da vida uma coisa feliz e com sentido.
Mesmo que me falte o universo inteiro, nada verdadeiramente me falta.
Mesmo que eu espere muito do amanhã, devo saber que tenho tudo hoje.
Ajuda-me a limpar o olhar, poluído e agravado por juízos, consumos e ressentimentos.
Que eu saiba acolher a vida como a oportunidade que ela é.
Se acontecer o meu coração andar ferido, recorda-me Senhor aquele santo que dizia:
"Nenhum coração é tão inteiro como um coração ferido."

Tolentino Mendonça

Saragoça, Out 07

Pedaços de Saragoça2


Praça do Pilar

Ponte do Pilar

Praça do Pilar
Saragoça, Out 07

segunda-feira, outubro 22, 2007

Pedaços de Saragoça


Rio Ebro com a Catedral em recorte

Catedral de Nossa Senhora do Pilar

Pormenor da Feria de Zaragoza
Saragoça, Out 07

quarta-feira, outubro 17, 2007

Viagem de trabalho


Wroclaw, Polónia, Out 07

O ano passado por esta altura encontrava-me em Wroclaw, uma cidade pequena na Polónia, da qual saí sem conseguir pronunciar bem o nome (não tem nada a ver com a leitura óbvia).

Chegada directa de Cabo Verde (literalmente directa e de directa), com um toque de bronzeado na pele (porque nunca fica muito) e trancinhas coloridas meias disfarçadas na parte de baixo do cabelo, ia para uma conferência de 4 dias em trabalho.

Cheguei rapidamente à conclusão que não só era a única que tinha trancinhas coloridas no cabelo, como era a mais nova entre 200 pessoas e (milagre dos milagres) a mais morena!!! Simplesmente graças ao sol de Cabo Verde em Outubro, claro!

Desta vez vou para mais perto, a conferência é em Zaragoza, Espanha. Não estou de trancinhas nem morena, mas levo o braço ao peito graças a uma simpática ruptura do tendão supraespinhoso no ombro. Provavelmente continuo a ser a mais nova mas, pelos vistos, vou voltar a dar nas vistas...

terça-feira, outubro 16, 2007

domingo, outubro 14, 2007

R. e B. casaram-se e foi de arromba!

Num casamento que vai ficar na memória de certeza: a começar pela felicidade dos noivos, passando pelo fantástico coro :), continuando pelo espaço lindíssimo do Mosteiro de Alcobaça e a acabar no óptimo ambiente!
Parabéns R. e B.!





Alcobaça, Out 07
(última fotografia de Tiago T.)

sexta-feira, outubro 12, 2007

quinta-feira, outubro 11, 2007

"Olhei para o céu..."



Serra da Estrela, Out 07

Sortelha ao fim do dia2




Sortelha, Out 07

terça-feira, outubro 09, 2007

segunda-feira, outubro 08, 2007

Receita para um Fim-de-semana serrano


Junta-se:
Um grupo de amigos.
Parte da família.
Muitos kms de carro (embora não tenha chegado aos 1400 anunciados esteve em mais de 1000)
Uns quantos kms a pé entre rochas e lagoas, zimbro e picos óptimos para escorregar (certo Inês?)

Descansa-se em sofás naturais à beira da Lagoa do Amor

Sobe-se a muralhas em aldeias históricas para fotos cada uma mais estapafurdia que a outra.
E tem-se o fim-de-semana perfeito (esquecendo as filas intermináveis de trânsito para lá chegar e partir!)
E sim Zé Maria, cá está um dos 2 modelos femininos que dizes povoar o blog!
Serra da Estrela, Out 07

quinta-feira, outubro 04, 2007

quarta-feira, outubro 03, 2007

Queda


Eurodisney, Paris, Jun 06

segunda-feira, outubro 01, 2007