A vigília do pescador
Caparica, Dezembro 2006Na praia o vulto do pescadorÉ mais denso que a noite...E enquanto esperaA sua ânsia solidifica em conchaE sonoriza os ventos livres do mar. E enquanto espera A sua ânsia descobre os passos da maré na praia e o sono do borco das canoas. É manha e o pescador ainda espera e enquanto o mar Não lhe devolve o seu corpo de sonhos Num lençol branco de escamas Um torpor de baixa-mar Denuncia algas nos seus ombros.Mário Vaz
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