PS: Pedaços de gelo na mão. Escurecida a parte de baixo da fotografia. Pôr-do-sol nas montanhas ao fundo.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Vamos "aprender a voar"!
Parque das Nações, Janeiro 2007
Era o tema do dia.
Juntam-se 14 crianças de entre os 12 e os 15 anos e 7 adultos e parte-se em 2 carrinhas e um carro num gelado Sábado para o Parque das Nações.
O dia pretendia-se recheado de jogos que tivessem a ver com voar ou o ar.
1º jogo: atar dois balões nas pernas e tentar pisar o dos outros antes que rebentassem os nossos, com o espaço a diminuir drasticamente...
1ª surpresa: andar de teleférico. "O que é que existe aqui no Parque, que é branco e é uma caixa que anda no ar?" hum... levantam-se braços e lançam-se respostas. Ficam para recordação como mais giras as hipóteses de "telescópio" e "tártaro"! Ficam, igualmente, a alegria de andar a voar ou o medo das alturas!
Depois de almoço seguem-se outros jogos naquele espaço gigantesco à beira rio. Os jogos preparados ficam de lado, sendo vencidos por dois simpáticos tubos pretos que permitem gritar lá dentro, gatinhar, escorregar e mesmo entrar por uma ponta e saír por outra... "a voar"!.
2ª surpresa: ir ver voar...aceitam-se apostas do local. Acerta-se rapidamente: o aeroporto. Vagueamos pelo mesmo a ensinar onde são as chegadas, como se lêem os ecrans sobre a chegada dos aviões, onde se faz o check in, o que se pode levar e quanto peso e como nos deslocarmos naquele espaço de entradas e saídas permanentes.
Para acabar o dia do "aprender a voar", só faltava mesmo "aprender a aterrar", por isso numa curva junto às redes do aeroporto ficámos a ver os aviões aterrar, um após outro, de companhias e tamanhos diferentes, mas que foram superados pela fome; proporcionando um lanche privilegiado, à beira da pista de aviões naquela cidade que por vezes parece tão longe, para quem mora do outro lado do rio!
PS: a falta de fotografias exemplificativas deve-se a um esquecimento crasso da máquina fotográfica em casa, tendo sido esta tirada com um emprestada só para ter um momento!
quarta-feira, janeiro 24, 2007
IV Taça Ibérica de Hipismo
segunda-feira, janeiro 22, 2007
quarta-feira, janeiro 17, 2007
As palavras...Quem as escuta?
Foz do Arelho, Abril 2006
São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam: barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
sexta-feira, janeiro 12, 2007
O rio que corre pela minha aldeia...
Foz do Arelho, Abril 2006
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Fernando Pessoa
quarta-feira, janeiro 10, 2007
A vigília do pescador
Caparica, Dezembro 2006
Na praia o vulto do pescador
É mais denso que a noite...
E enquanto espera
A sua ânsia solidifica em concha
E sonoriza os ventos livres do mar.
E enquanto espera
A sua ânsia descobre
os passos da maré na praia
e o sono do borco das canoas.
É manha
e o pescador
ainda espera
e enquanto o mar
Não lhe devolve o seu corpo de sonhos
Num lençol branco de escamas
Um torpor de baixa-mar
Denuncia algas nos seus ombros.
Mário Vaz