2 anos. O número que não consegues fazer com os dedos. O número que saltas quando jogas às escondidas e de cara na parede dizes "ummmm...tês!" e segues procurando quem se esconde de ti. No último ano de "Clá" passaste a Xavi, de bolinha passaste a entroncado. Não paras, (não paras mesmo!), corres no teu jeito de corrida apressado e trôpego, saltas de tudo o que tenha um mínimo de altura (e sim, ainda vai chegar o dia em que vamos ao hospital, porque saltar de móveis de um metro de altura não corre bem). Chamas-te a ti próprio de "[ma]caco bebé", quando te penduras de cabeça para baixo no parque infantil. Adoras a piscina e que te mergulhem até ao fundo. Vens sempre à superfície de olhos abertos e sorriso escancarado. Chamas de "lua" ao sol e de "amae'elo" e "roxo" a tudo o que são cores. E falas. Falas muito. O teu livro de bebé está praticamente vazio no que às palavras concerne porque não há hipótese de escrever a explosão de palavras diárias novas. Assim, só escrevemos o que dizes de forma ainda incorreta, como "mima" em vez de "cima" e helicópetro (que é impossível transcrever).
Adoras desenhar. As paredes, os aquecedores, o chão (!) e os móveis passaram dias difíceis, mas agora já te contentas com longas folhas de papel, onde deitado ou sentado passas minutos a desenhar bolas e bolas e bolas e bolas...chegam a ser mais de 20 por papel A4. Adoras sujar as mãos (e os pés) de tinta.
O teu animal preferido é o leão, mas os elefantes vêm logo atrás. Foi fascinante ver a tua reação no Jardim Zoológico. Tiveste medo, muito medo dos golfinhos. A tua expressão era de quem não percebia como podiam estar a chamar aquele nome já teu conhecido àqueles animais enormes.
Continuas lapazinha. Continuas a adorar colo. Continuas a adorar festas e abraços. Tens um óptimo acordar (só cedo, mas para quem passou meses a acordar às 5h30, 7h30 é luxo!) e ficas na cama a chamar docemente "mãeeee", até que te vou buscar. Choramingas muitas vezes quando te deixo em casa da avó. Não imagino como seria se fosse na creche. És mimado, mimado no sentido de cheio de mimo. Quando te perguntam o nome respondes "bebé", mas já falas na 1ª pessoa em vez da 3ª pessoa (crescido, pá!). Gostas de aninhar no colo enquanto fazes festas demoradas e enrolas a tua mão no meu cabelo. Já disse como gostas de colo?
Quando és contrariado ficas um especialista no beicinho .A 1º fase é o beicinho, a 2ª fase é o beicinho com o lábio de baixo a tremer, a 3ª fase é isso tudo mas deitado no chão com som de choro. Não há como resistir e (confesso-te hoje) o mais difícil é mesmo não rir. À medida que aumenta o teu vocabulário chegas menos vezes à 3ª fase (ufa!).
Ainda não consegues andar de triciclo (ser baixinho às vezes é lixado, hein?), mas andas (furiosamente) num comboio em que usas os pés no chão e a velocidade estonteante com que o fazes põe a malta a rir na rua. E sim, rir, não posso deixar de dizer, é a tua outra especialidade. Rir e fazer rir. És cómico e exploras isso muito bem.
Repetes tudo o que tua irmã diz (e faz). Normalmente quando é disparate. Dizemos que são o Dupont e Dupont. Tens uma adoração por ela. Quando ela começou a escola ficavas muito triste por ela não estar contigo e agora que já sabes que de manhã ela está na escola perguntas "a mana?" e dás logo a resposta "ah, está na e'cola" e assim ficas tranquilo.
Tranquilidade é outra característica tua. É uma tranquilidade (traquina) estar ao pé de ti. É difícil explicar, mas é mesmo assim. E é uma tranquilidade ver-te crescer seguro e ansioso por descobrir mais mundo. E é uma tranquilidade saber como te sentes amado.
"Quem é o bebé mais querido do coração da mãe?"
"Sou eu!!!"
Parabéns meu Xavier. Parabéns lapazinha. São "dôsh" anos!
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