Escrevo isto no dia em que se celebra os Reis e em que as ruas vão deixar de estar engalanadas e coloridas, como no último mês.
Esta é uma das imagens típicas do meu Natal beirão. O madeiro a arder à porta da Igreja. As senhoras na missa do Galo, no frio das 23.30, e os homens cá fora a estimular o fogo e a aquecer-se à volta deste. Existe mesmo alguma competição entre as várias terras no que diz respeito ao madeiro, sendo que em algumas se fazem quase romarias para ir espreitar o tamanho e intensidade do fogo.
Faz parte. Também eu aproveito e quando saio do meio das senhoras que estão na gélida missa do galo me aqueço. Para mim lança o mote para o começo do Natal em família, aquecer a alma e aquecer o físico para depois deixar-me envolver pelo calor que estes dias sempre me trouxeram.
Entre a família no Norte e a família mais a Sul, entre os 300km que as distanciam, entre a confusão do rasgar de papéis de presentes, confeccionar de doces e de coisas quentes, o sobe e desce escadas e no outro lado a mesa resguardada e calma, ao redor da qual se conversa, com os doces que já todos esperam encontrar, vou-me sentindo na cauda da estrela cadente que todos os anos por aqui passa...
Tortosendo, Dez 09
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