Há espaços que ganham conotações consoante os sentimentos que nele vivemos.
Serralves ganhou um misto: A alegria dos passos cambaleantes e do riso desdentado do P. e o telefonema com uma notícia difícil. Enriquecedor? sem dúvida. Vontade de lá voltar para agora "viver" o espaço? muita.
Porto, Set 07
sexta-feira, setembro 28, 2007
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
segunda-feira, setembro 24, 2007
sexta-feira, setembro 21, 2007
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quarta-feira, setembro 19, 2007
segunda-feira, setembro 17, 2007
quinta-feira, setembro 13, 2007
Quero fazer o elogio do amor puro...
(enviaram-me este texto do Miguel Esteves Cardoso para o email, não querendo dizer que concorde com o está escrito, vale a pena ler!)
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso
(foto: Vila Nova Mil Fontes, Out 05)
quarta-feira, setembro 12, 2007
terça-feira, setembro 11, 2007
Fez ontem 70 anos...
(Alcongosta, Set 07)
...senta-se todos os dias em várias das nossas praças do centro de Lisboa. Numa de cada vez, claro está.
Barba comprida, casaco sobretudo muito forte, mais adequado ao inverno que a este tempo quente, olhos postos no chão e mão estendida, passa assim os dias. Intervalados com idas às tascas e arrastar de pés pelas ruas.
Actualmente dorme também nessas ruas, tal como já o faz há muitos anos. Intervala com pequenos períodos em que está num quarto, em que se encontra melhor, menos deprimido e mais atento.
Não é o caso actual. O alcool vai tomando mais conta da memória, dos dias que passam, da barba que cresce, dos cortes na cara que vai ganhando das vezes em que cai.
Apesar da memória ir falhando, raramente se esquecia do que o sustentava, a reforma... Até ontem.
Encontrámo-lo, mais uma vez, sentado de olhos postos no chão e mão estendida, numa das praças que frequenta.
Conversávamos um pouco quando nos lembrámos que era o seu dia de anos! Tinha-se lembrado e que tinha nascido Às 6h30 da manhã. Eram 12h e combinámos então encontrar um pouco mais tarde, às 15h, para tomar um café de aniversário e para dar o dinheiro da reforma que tinha pedido para guardarmos (e que já não se lembrava).
Às 15h não estava no local. Percorremos os locais habituais e encontrámo-lo a arrastar os pés pelas ruas. Já não se lembrava. Nem do café, nem do dinheiro que lhe traziamos, nem que o tinhamos ficado de encontrar.
A memória traiçoeira vai caminhando e lesionando aquilo que ainda resta: a sua história passada, o presente e um olhar sobre o futuro que afirma já não querer, nem ter forças para o viver.
segunda-feira, setembro 10, 2007
Festa de família 07
Encontram-se aqueles que só se vêem de quando em vez, mas que quando se encontram ninguém os pára. Entre pôr conversas em dia, fotos de viagens, muitos risos e comentários de "como está crescidaaaa", mergulhos nocturnos na piscina e comida, muita comida, assim se passou um dia em família alargada!
Alcongosta, Set 07
sexta-feira, setembro 07, 2007
quinta-feira, setembro 06, 2007
Trocando as voltas à fotógrafa...
Respondendo ao click do Diogo no post anterior e de outras pessoas, sim, também fiz ski. 12 anos depois de ter posto os pés neles dentro de água voltei a fazer e lembrei-me rapidamente.
Assim sendo, e a pedido de algumas pessoas, aqui fica a foto a comprovar (estava muito concentrada daí a cara feia) e a da fotógrafa (Sofia S.).
Barragem Castelo de Bode, Set 07
segunda-feira, setembro 03, 2007
Cumplicidades
São tempos percorridos...percursos caminhados...caminhos atemporais...restos do que fica e permanece...desejos do que é.
Não sei...Mas podes permanecer...fica-te...resta-te por aqui...
Esse espaço também é teu (meu e nosso). Não sei se já o compreendeste. Eu às vezes tenho dúvidas sobre o que posso fazer com ele (e contigo)
Há quem se afaste, há quem permaneça. Onde te encaixas tu?
(se alguém pensa ter entendido o que está por detrás deste post engana-se, o mais provável é não ser nada do que pensou!)
Foz do Arelho, Abr 07
PS: sim, a minha "modelo fotográfica" está de volta, o que querem, ela propicia-se a fotos giras! :)
Não sei...Mas podes permanecer...fica-te...resta-te por aqui...
Esse espaço também é teu (meu e nosso). Não sei se já o compreendeste. Eu às vezes tenho dúvidas sobre o que posso fazer com ele (e contigo)
Há quem se afaste, há quem permaneça. Onde te encaixas tu?
(se alguém pensa ter entendido o que está por detrás deste post engana-se, o mais provável é não ser nada do que pensou!)
Foz do Arelho, Abr 07
PS: sim, a minha "modelo fotográfica" está de volta, o que querem, ela propicia-se a fotos giras! :)
Domingo aquático1
Local em terra: Ferreira do Zêzere
Local em água: Barragem de Castelo de Bode
Transportes à disposição: mota de água e barco
Actividades: Ski aquático e wakeboard, muito sol e mergulhos sem fim
Companhia: família e amigos
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