quinta-feira, dezembro 29, 2005
Imaginação...
Segundo um site da internet (http://www.citi.pt) a imaginação designa:
um processo mental que consiste na reanimação de imagens sensíveis provenientes de percepções anteriores (imaginação reprodutiva) e nas combinações destas imagens elementares em novas unidades (imaginação criativa ou produtiva).
E se há locais que realmente nos põem a imaginação a funcionar...
Esta imagem, típica da minha infância, povoou-me os sonhos durante anos sem fim.
Tendo vivido 5 anos no Tortosendo, terra de fabril, de têxteis, a vida desenrolava-se ao som das sirenes.
Eram as várias de manhã que chamavam os trabalhadores para as fábricas, as do almoço, que significavam que o dia já ia a meio e que teria de ir dormir a sesta, e as do fim de tarde, em que as paragens de autocarro defronte de casa se enchiam de pessoas e as ruas de sons de conversas e risos.
Traz também à memória os tempos passados "na fábrica", assim chamada pelas netas da família, que implicavam fantásticas viagens ao mundo dos pedaços de tecido, cada um mais colorido que o outro, do barulho dos teares, que faziam lembrar monstros do tempo do Ulisses e ensurdecedoramente assustadores para quem entra de fora, sem esquecer os moldes, aqueles pedaços de cartão que nos faziam olhar de lado e imaginar (mais uma vez a imaginação...) como era possível transformar aquilo num casaco de vestir!
A imaginação não para com a idade e continua a funcionar ao olhar as, agora já muitas, fábricas fechadas.
Esta, defronte de casa e do olhar, é sinónimo do estado fabril (e não febril...) em que se encontra esta zona. Os vidros partidos, o ar desolado não apelam à imaginação, são cruamente reais... ou...será que é nessa altura que é preciso soltar a imaginação?...
Tortosendo, Dez 2005
um processo mental que consiste na reanimação de imagens sensíveis provenientes de percepções anteriores (imaginação reprodutiva) e nas combinações destas imagens elementares em novas unidades (imaginação criativa ou produtiva).
E se há locais que realmente nos põem a imaginação a funcionar...
Esta imagem, típica da minha infância, povoou-me os sonhos durante anos sem fim.
Tendo vivido 5 anos no Tortosendo, terra de fabril, de têxteis, a vida desenrolava-se ao som das sirenes.
Eram as várias de manhã que chamavam os trabalhadores para as fábricas, as do almoço, que significavam que o dia já ia a meio e que teria de ir dormir a sesta, e as do fim de tarde, em que as paragens de autocarro defronte de casa se enchiam de pessoas e as ruas de sons de conversas e risos.
Traz também à memória os tempos passados "na fábrica", assim chamada pelas netas da família, que implicavam fantásticas viagens ao mundo dos pedaços de tecido, cada um mais colorido que o outro, do barulho dos teares, que faziam lembrar monstros do tempo do Ulisses e ensurdecedoramente assustadores para quem entra de fora, sem esquecer os moldes, aqueles pedaços de cartão que nos faziam olhar de lado e imaginar (mais uma vez a imaginação...) como era possível transformar aquilo num casaco de vestir!
A imaginação não para com a idade e continua a funcionar ao olhar as, agora já muitas, fábricas fechadas.
Esta, defronte de casa e do olhar, é sinónimo do estado fabril (e não febril...) em que se encontra esta zona. Os vidros partidos, o ar desolado não apelam à imaginação, são cruamente reais... ou...será que é nessa altura que é preciso soltar a imaginação?...
Tortosendo, Dez 2005
terça-feira, dezembro 27, 2005
Um post dedicado...
Este blog nunca teve uma fotografia de retrato, no entanto há uma primeira vez para tudo! E é bom que essa seja uma vez especial!
Cá fica então o 1º retrato de uma pessoa muito especial!
Para a minha mais fiel leitora do blog, em plena abertura de presentes natalícios... a minha avó!
Tortosendo, 25 Dez 2005, 01h45m
Cá fica então o 1º retrato de uma pessoa muito especial!
Para a minha mais fiel leitora do blog, em plena abertura de presentes natalícios... a minha avó!
Tortosendo, 25 Dez 2005, 01h45m
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Amigos
Galé, Junho 2005
Amigos
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
José Tolentino Mendonça
Nota: Este post é dirigido a quem sabe que lhe é dirigido!
Havia um barco pelo canal vagaroso
O século breve
A luz da manhã nem parecia
incompatível com as formas universais
o mundo espalhava-se delicado
nada conseguiria roubar-nos sua desprotegida alegria
Recordo nem sei bem porquê
a leveza quase involuntária dessas províncias no sul
as veredas que descíamos até ao mar
aquela perda de nós que permite
um modo verdadeiro ainda
Havia uma buganvília por um instante
quase alusiva à força dos desvios
Havia um barco pelo canal vagaroso
A vida afastava-se de qualquer destino
José Tolentino Mendonça
Alcoutim, Dez 2005
Nota: Esta fotografia já foi utilizada num post abaixo, mas desta vez foi "mexida" em photoshop...
A luz da manhã nem parecia
incompatível com as formas universais
o mundo espalhava-se delicado
nada conseguiria roubar-nos sua desprotegida alegria
Recordo nem sei bem porquê
a leveza quase involuntária dessas províncias no sul
as veredas que descíamos até ao mar
aquela perda de nós que permite
um modo verdadeiro ainda
Havia uma buganvília por um instante
quase alusiva à força dos desvios
Havia um barco pelo canal vagaroso
A vida afastava-se de qualquer destino
José Tolentino Mendonça
Alcoutim, Dez 2005
Nota: Esta fotografia já foi utilizada num post abaixo, mas desta vez foi "mexida" em photoshop...
quarta-feira, dezembro 21, 2005
terça-feira, dezembro 20, 2005
"Nunca vos abandonarei!"
quinta-feira, dezembro 15, 2005
O que vês?
Os pormenores...
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Porque há locais...
Porque há locais especiais...
que celebrados em dias mágicos...
se tornam inesquecíveis!!!
que celebrados em dias mágicos...
se tornam inesquecíveis!!!
Tortosendo (Covilhã), 14 de Dez 2003
terça-feira, dezembro 13, 2005
Paparazzi...
É agora.
Costa de Caparica, Dez 2005
Aos 25 anos, um mês e 3 dias assumo a minha veia de paparazzi!
A culpa é da objectiva nova... Claro, só podia...
Então não é que estava eu muito bem a tirar o belo pôr-de-sol do post de ontem quando tirei também a fotografia que se encontra aqui em baixo, e hoje reparo que...
Não só se vê uma carrinha, como a luz do alpendre, como o espaço entre as janelas da casa (têm de carregar em cima da foto para a verem maior que assim não é tão óbvio...)... enfim...pensemos no que a objectiva poderia ter apanhado...é melhor não deixar a imaginação correr!
Tenho de deixar escrito (para quem não conhece o meu terraço, que a praia ainda fica longe...).
Ah! E que fique explícito que não aceito convites para tirar fotografias indiscretas! :)
PS: o que se vê atrás é o farol do Bugio!
Costa de Caparica, Dez 2005
domingo, dezembro 11, 2005
O tripé posto a uso!
Pois é...
este ano os meus amigos da Costa de Caparica e Almada, o grupo habitué em presentes conjuntos, ofereceram-me (entre outras coisas) um tripé pelos anos...(um tripé para a máquina fotográfica, entenda-se...).
Assim, fica este post para dizer oficialmente que já lhe dei uso! Obrigada Joana M.(e Pedro), Joana H., Pedro (e Isabel), Ricardo, Rui, Tiago e Vasco!
Serve esta foto como prova da primeira experiência com o tripé!
Costa de Caparica, Dez 2005
este ano os meus amigos da Costa de Caparica e Almada, o grupo habitué em presentes conjuntos, ofereceram-me (entre outras coisas) um tripé pelos anos...(um tripé para a máquina fotográfica, entenda-se...).
Assim, fica este post para dizer oficialmente que já lhe dei uso! Obrigada Joana M.(e Pedro), Joana H., Pedro (e Isabel), Ricardo, Rui, Tiago e Vasco!
Serve esta foto como prova da primeira experiência com o tripé!
Costa de Caparica, Dez 2005
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha (Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro: Não sou parvo nem romancista russo, aplicado, E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
E' estar ao lado da escala social,
E' não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
E' ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
E' ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos! Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lagrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha olhos tristes por profissão
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido. Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Álvaro de Campos
sexta-feira, dezembro 09, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
Tenho um defeito...
...por mais que tente as fotografias nocturnas não saem bem... ou estão desfocadas ou tremidas ou escuras ou simplesmente desinteressantes...
Tentei nos últimos dias fazer duas experiências:
- A primeira tirar uma fotografia a um castelo em Lourdes com um tempo de exposição elevado para ver se ficava "bonitinha";
- A segunda tentar tirar no momento de aterragem em Lisboa uma fotografia à àrvore da Praça do Comércio...
Deixo à consideração os resultados...
Lourdes, Dezembro 2005
Lisboa, Dezembro 2005
PS: a 1ª teve uns 10 segundos de tempo de exposição; na 2ª para se verem as luzes às centenas de metros de distância a que me encontrava tive de pôr um tempo de exposição de uns 6 segundos, mas como o avião tremia ficou esta miscelânea de luzes...
Tentei nos últimos dias fazer duas experiências:
- A primeira tirar uma fotografia a um castelo em Lourdes com um tempo de exposição elevado para ver se ficava "bonitinha";
- A segunda tentar tirar no momento de aterragem em Lisboa uma fotografia à àrvore da Praça do Comércio...
Deixo à consideração os resultados...
Lourdes, Dezembro 2005
Lisboa, Dezembro 2005
PS: a 1ª teve uns 10 segundos de tempo de exposição; na 2ª para se verem as luzes às centenas de metros de distância a que me encontrava tive de pôr um tempo de exposição de uns 6 segundos, mas como o avião tremia ficou esta miscelânea de luzes...
Porque há dias assim...
domingo, dezembro 04, 2005
Diferenças...
Para quem não acredita que há muitas diferenças na forma de tirar fotografias cá vai uma prova.
Agora na viagem até França fui num avião a hélice (é verdade...elas ainda andam aí...) e tive a "sorte" de ir mesmo em cima da asa... Dava assim para ver todos os movimentos da hélice (e por favor que fosse sempre em m ovimento...).
Aproveitando para tirar umas fotos mexi na velocidade destas (na velocidade de obturação). Dá para ver estrondosamente a diferença:
A primeira foto foi tirada com uma velocidade alta (2500), a segunda a cerca de 200 por segundo. A terceira é a prova de que se voa em aviões a hélice...
Garanto que depois de tirar a primeira fotografia olhei pela janela (pelo canto do olho para não assustar muito...) para ver se a hélice continuava mesmo a girar...não é uma experiência simpática!
Toulouse, Dez 2005
Não há volta a dar...
Branco no dicionário: que tem a cor de neve ou de leite
Subscrever:
Mensagens (Atom)