sexta-feira, outubro 14, 2016

2 anos de baby X.

2 anos. O número que não consegues fazer com os dedos. O número que saltas quando jogas às escondidas e de cara na parede dizes "ummmm...tês!" e segues procurando quem se esconde de ti. No último ano de "Clá" passaste a Xavi, de bolinha passaste a entroncado. Não paras, (não paras mesmo!), corres no teu jeito de corrida apressado e trôpego, saltas de tudo o que tenha um mínimo de altura (e sim, ainda vai chegar o dia em que vamos ao hospital, porque saltar de móveis de um metro de altura não corre bem). Chamas-te a ti próprio de "[ma]caco bebé", quando te penduras de cabeça para baixo no parque infantil. Adoras a piscina e que te mergulhem até ao fundo. Vens sempre à superfície de olhos abertos e sorriso escancarado. Chamas de "lua" ao sol e de "amae'elo" e "roxo" a tudo o que são cores. E falas. Falas muito. O teu livro de bebé está praticamente vazio no que às palavras concerne porque não há hipótese de escrever a explosão de palavras diárias novas. Assim, só escrevemos o que dizes de forma ainda incorreta, como "mima" em vez de "cima" e helicópetro (que é impossível transcrever).
Adoras desenhar. As paredes, os aquecedores, o chão (!) e os móveis passaram dias difíceis, mas agora já te contentas com longas folhas de papel, onde deitado ou sentado passas minutos a desenhar bolas e bolas e bolas e bolas...chegam a ser mais de 20 por papel A4. Adoras sujar as mãos (e os pés) de tinta.
O teu animal preferido é o leão, mas os elefantes vêm logo atrás. Foi fascinante ver a tua reação no Jardim Zoológico. Tiveste medo, muito medo dos golfinhos. A tua expressão era de quem não percebia como podiam estar a chamar aquele nome já teu conhecido àqueles animais enormes.
Continuas lapazinha. Continuas a adorar colo. Continuas a adorar festas e abraços. Tens um óptimo acordar (só cedo, mas para quem passou meses a acordar às 5h30, 7h30 é luxo!) e ficas na cama a chamar docemente "mãeeee", até que te vou buscar. Choramingas muitas vezes quando te deixo em casa da avó. Não imagino como seria se fosse na creche. És mimado, mimado no sentido de cheio de mimo. Quando te perguntam o nome respondes "bebé", mas já falas na 1ª pessoa em vez da 3ª pessoa (crescido, pá!). Gostas de aninhar no colo enquanto fazes festas demoradas e enrolas a tua mão no meu cabelo. Já disse como gostas de colo?
Quando és contrariado ficas um especialista no beicinho .A 1º fase é o beicinho, a 2ª fase é o beicinho com o lábio de baixo a tremer, a 3ª fase é isso tudo mas deitado no chão com som de choro. Não há como resistir e (confesso-te hoje) o mais difícil é mesmo não rir. À medida que aumenta o teu vocabulário chegas menos vezes à 3ª fase (ufa!).
Ainda não consegues andar de triciclo (ser baixinho às vezes é lixado, hein?), mas andas (furiosamente) num comboio em que usas os pés no chão e a velocidade estonteante com que o fazes põe a malta a rir na rua. E sim, rir, não posso deixar de dizer, é a tua outra especialidade. Rir e fazer rir. És cómico e exploras isso muito bem.
Repetes tudo o que tua irmã diz (e faz). Normalmente quando é disparate. Dizemos que são o Dupont e Dupont. Tens uma adoração por ela. Quando ela começou a escola ficavas muito triste por ela não estar contigo e agora que já sabes que de manhã ela está na escola perguntas "a mana?" e dás logo a resposta "ah, está na e'cola" e assim ficas tranquilo.
Tranquilidade é outra característica tua. É uma tranquilidade (traquina) estar ao pé de ti. É difícil explicar, mas é mesmo assim. E é uma tranquilidade ver-te crescer seguro e ansioso por descobrir mais mundo. E é uma tranquilidade saber como te sentes amado.
"Quem é o bebé mais querido do coração da mãe?"
"Sou eu!!!"
Parabéns meu Xavier. Parabéns lapazinha. São "dôsh" anos!

terça-feira, setembro 27, 2016

Parabéns MI - 4 anos!


Na véspera de fazeres 4 anos deitas-te a dizer: “Sabes que sou uma princesa?”. Eu respondo tontamente: “Ah és? E eu?”. “Tu não és uma princesa”, respondes apressadamente, “és a minha melhor mãe” e apimentas a resposta com um abraço apertado (continuo sem saber o que entendes que é uma princesa...).

Deitas-te e já no escuro do quarto acrescentas: “Sabes Jesus, não sei o que te vou agradecer hoje, estou tãoooo cansada…amanhã faço 4 anos e vou ter um bolo para levar para a escola, não sei se os meninos vão comer todo, mas podem! Boa noite Jesus”.

E é assim que entras nos 4 anos.

Já não acreditas na magia de soprar para as portas automáticas dos centros comerciais abrirem, mas acreditas na magia de fazer o Xavi feliz e quando passamos as portas sopras e dizes: “Vês Xavier, abriu-se!”.

Olhas o céu à noite e procuras sempre a tua estrelinha. É sempre a que te parece mais brilhante, aliás as duas mais brilhantes, porque não te esqueces de procurar a do Xavier. Sim, deixaste de o chamar de Clá e passou direto para Xavier. Quando ainda por acaso chamamos de Clá perguntas com ar de gozo “porquê esse nome?” e quando te respondemos “porque foi o nome que lhe deste quando ele nasceu”, ris-te dizendo, “mas agora já não! Ai que tonta que eu era!”.

Já estás menos trapalhona a falar, mas a velocidade estonteante com que falas ninguém ta tira. Aliás, a velocidade, a cadência ininterrupta de quem tem muito para dizer e tanto para partilhar (não vamos referir o facto de o botão do volume estar com frequência estragado…;)) e as mil perguntas que surgem do nada e de tudo o que vês. “O que é roer? O que é morrer? O que é impraticável? O que é respeitar? O que é ter Jesus no nosso coração? O que é o fogo? Não, o que é mesmo mesmo o fogo?”. “Porque é que a lua e o sol durante o dia às vezes estão no céu ao mesmo tempo e às vezes não? Porque é que eu às vezes lembro-me do que quero dizer e outras vezes esqueço as palavras? Porque é que o Xavier consegue mergulhar os olhos na piscina e eu não? Será que um dia vou conseguir? Porque é que eu tenho medo? O que é ter medo? Eu tenho saudades dos primos, porque tenho saudades? Como é que podemos ajudar pessoas que não têm carro a ir para os sítios? É um problema porque às vezes usam bastões (bengalas) e depois não conseguem entrar bem no nosso carro…Como vamos partilhar o nosso carro com elas? Não preciso de mais brinquedos mãe, tenho tantos, como vamos dar a quem não tem? Como sabemos quem são os meninos que não têm?” Tantas e tantas perguntas...

És barulhenta, falas ao mesmo tempo que dás gargalhadas, dás muitas gargalhadas, adoras andar ao colo, às cavalitas, de trepar para cima de quem mais gostas. Escondes-te atrás das pernas quando chegas aos sítios. Começaste a escola há 3 semanas e vais muito feliz todos os dias. No entanto, tens saudades do Xavi nos dias de escola e quando chegas dás-lhe abraços como se não o visses há dias e não só há 3 horas (nunca te contei que ele suspira enquanto diz “mana” baixinho quando te deixamos na sala…). Finges-te bebé quando queres os privilégios que o Xavi tem de ser bebé, raramente amuas, mas quando fazes é impossível não dar por isso. Bates o pé quando estás muito irritada e depois bates o pé porque queres mostrar que estás, mesmo quando já não estás. Começaste esta semana a fazer a cama sozinha e tiveste muito orgulho em mostrar da primeira vez “vem ver a surpresa!”. Os teus olhos continuam verdes verdes, o teu cabelo loiro palha mas dizem que estás mais parecida comigo (será?), se isso se dever ao facto de andarmos a passar mais horas juntas que bom que é. Gostas de tudo o que é ao ar livre, mas também gostas de histórias e de letras e de números. Já sabes desenhar alguns números e parece que quando consegues fazer esses rabiscos que cresces uns centímetros (sim, continuas a ser sempre a mais baixinha). Começaste a ter medo do escuro, mas agarras no “Tintim peluche” (sim, eu sei, ele tem mesmo peluche no nome) e ficas bem. Ultrapassas os teus medos quando sentes que estás preparada. E ultrapassas sem ter ninguém a ver, fruto da persistência que te caracteriza. Só (ainda) não consegues “mergulhar os olhos”... Detestas que o pai vá de viagem, temos sempre de ver no mapa onde está, como foi para lá e no calendário quando volta. Continuas a gostar de usar a almofada dele, quando ele não está. Vives intensamente tudo e não consegues ver filmes da Disney sem chorar silenciosamente. Detestas a aranha da Abelha maia e tapas os olhos quando surge. Continuas a chuchar no dedo. E a fazer festinhas na orelha quando tens sono. 
Dizes com frequência: “gosto tanto de ti”. 
E eu de ti. 
Parabéns MI!