domingo, outubro 14, 2018

4 anos de Xavier

Fazes 4 anos. Ontem olhaste para um presente que recebeste e dizia "+3" e pensaste que se tinham enganado. Se já ias ter 4 como poderiam estar a dar um presente para meninos de 3 anos?
Continuas a adorar números. Passas o dia a fazer contas e relações de quantidades. Deste uma gargalhada quando percebeste que um 3 e um M podiam ser muito semelhantes se rodasses a folha de papel.
Não falemos em papel. Passas os dias a desenhar, a fazer construções de papel, a fazer origamis inventados por ti. E nada pode ir fora, porque aquele pedaço de papel que parece amachucado contém uma história e irá ligar-se a outro papel que aparenta estar amarrotado mas que é muito mais do que isso.
E continuas a dedicar grande parte do teu dia a ver livros, e a brincar com playmobil. Horas.
Tens uma paixão por animais. E falas de tatus e de preguiças, como falas de formigas e de dinossauros. Ah... dinossauros. Fomos no verão ao Dino parque e ainda andas com o mapa do parque. Usas o mapa e brincas com os dinossauros que tens em casa. Eles fazem parte do teu Dino parque versão Costa de Caparica. Sonhas voltar ao da Lourinhã.
Como presente de anos antecipado fomos ao Badoca park. Não sabias para onde olhar. Mas ficaste triste de não ver o teu animal favorito, o leão. Penso que esperavas passar por ele, como quem passou pelas girafas e zebras.
Ficaste triste, mas isso não te entristeceu o dia. Porque tens essa capacidade fantástica de retirar o melhor das situações. E de falar do que te pôs triste. E de dizer, por exemplo, à tua irmã: Não gosto que contes essa história sobre mim. Não me portei bem e fico triste quando a contas.
Devia ter escrito "mana", não é? Porque é assim que a chamas e que soa e ressoa diariamente por onde quer que andemos.
Continuas doce, doce. A querer beijinhos e abraços e a querer dá-los. Costumas dizer que tens um beijinho guardado à espera que eu chegue a casa.
A novidade recente é que finalmente estás a tempo inteiro na escola. E és feliz, feliz. Vens para casa a contar tudo o que aconteceu. Adoras as artes, as atividades de mini-chef, as atividades de vida diária. Ficas feliz pelas conquistas dos teus amigos: Sabes, mãe, o YYY já está a conseguir gritar menos. É bom, não é?
Descobriste como fazer batota a jogar cartas e como isso irrita as pessoas. Tiras partido disso ao fazer tudo com um ar tão meloso que ninguém acredita que estás mesmo a fazer batota ao peixinho.
Continuas uma lapazinha e a adorar colo, mas estás a crescer e o "quero a mamã", já vai sendo substituído por querer descobrir mundo.
Parabéns querido Xavi, são 4 anos!
"Mãe, 4 é mais do que 3 e menos do que 5. Se 4 mais 4 são 8, então 3 mais 5 também são 8, não é?".

quinta-feira, setembro 27, 2018

Parabéns MI - Sai uma meia dúzia de anos!

É o teu último dia com 5 anos. Pedes que te conte o dia em que nasceste. A que horas fomos para o hospital, se comemos, se dormimos... Digo-te que fomos depois de almoço e que nasceste já depois da hora de jantar. Que decidimos (finalmente) o teu nome, estávamos nós a caminho do hospital. Conto a alegria que sentimos. Não conto a ansiedade que vivemos pensando, a certa altura, que te poderíamos perder. O Xavier interrompe e pergunta se ele continuava na barriga. Tu sorris e dizes: Estavas no coração dos pais.
Neste ano cresceste. Não muito em altura, que 1.06m coloca-te sempre nos mais baixos, mas estás a perder o ar de menina pequena. Gostas de colar brincos autocolantes quando vais a festas e de nesse dia pôr perfume.
Há meio ano choraste quando te li uma história em que a irmã mais nova pensava que tinham trocado a irmã mais velha, porque esta já não brincava com ela da mesma forma, nem se interessava pelos mesmos assuntos. Choraste e disseste: Nunca, mas nunca vou fazer isso ao Xavier! Mas, claro, já fazes. Repara que por vezes ele propõe jogar com o Playmobil e tu dizes, "agora prefiro desenhar letras, mas olha, ficamos aqui um ao lado do outro a brincar" ou por vezes preferes ver um desenho animado que não  é o mesmo que ele quer, que é mais infantil.
Continuas com uma energia sem fim. A viver tudo com uma intensidade que tentamos ajudar-te a descobrir como gerir. Adoras viajar, passear, ter programas. À sexta-feira, a pergunta da praxe é sempre: Quais são os planos para o fim-de-semana? E dás a tua opinião.
És empenhada. Tanto te empenhas a vender rifas para ajudar quem precise, como rezas diariamente por alguém que está doente e pelas crianças que vivem situações difíceis. É natural em ti.
O melhor das tuas férias foi ter visto 5 estrelas cadentes. E estar na serra, deitados nas escadas de uma pequena capela, noite escura, à procura das ditas estrelas. E mergulhar em rios e piscinas sem ter pé.
Decidimos que não irias para o primeiro ano. Não foi decisão difícil, mas foi um pouco difícil para ti ver os amigos da mesma idade irem. Pedias que explicássemos que não ias mas que irias estar a aprender muitas coisas e que estavas feliz. Nunca conseguiste ser tu a dizer, mas já foste perdendo alguma da timidez. Quando ela assome pegas na mão do Xavier e dizes: Vamos os dois. Assim, a mana consegue perguntar o que é preciso.
És muito feliz na escola e contas com alegria as várias atividades e brincadeiras que fazes.
- O que mais gostaste hoje na escola, Maria Inês? - perguntei eu ontem.
- Foi de ter percebido uma coisa que o Xavier me ensinou.
- O que foi?
- Que na casa de banho da escola o tampo da sanita baixa devagarinho quando o baixamos. Não é como em casa que se empurramos ele bate e faz pum.
:)
Parabéns querida MI. Que continues a fascinar-te com o que o mundo tem para oferecer!

sábado, outubro 14, 2017

3 anos de Xavier!

- Obrigada por isto - dizes tu, encostado a mim numa carruagem do metro.
- Pelo quê, querido? - pergunto eu, pensando que te referias ao facto de estarmos no metro, uma experiência que há muito aguardavas com expectativa (como seria andar debaixo de terra como as toupeiras??)
- Por isto mãe - e agarras no meu braço, mostrando que agradeces o abraço que quase inconscientemente te dava.
És assim. Doce, doce. Bem-disposto e mesmo quando resmungas tens uma graça própria.
Continuas uma lapazinha e adoras adormecer entrelaçando a tua pequena mão na minha, ao mesmo tempo que perguntas se estou confortável.
Choramingas sempre de manhã pedindo que não vá trabalhar. Mas sei que minutos depois já estás numa correria a brincar.
Continuas a suspirar pela Inês quando ela não está e dizes que lhe gostas de dar beijos de namorados (na boca), de fadas (no nariz) e de bisa(vó) (na testa).
A piscina continua a ser uma paixão e andas metade das aulas de cabeça dentro de água. Acabas de fazer 3 mas a professora pondera passar-te já para a aula dos 4 anos. Qualquer que seja a aula o que interessa é que estejas dentro de água.
Não te calas. Estás permanentemente a comentar tudo o que vês. Articulas as palavras muito bem, o que para nós, habituados à "trocatintas" da Inês, é sempre motivo de espanto. Continuas é a dizer roronoronte quando queres dizer rinoceronte e não há como não sorrir.
Finalmente engrenaste no desfralde. Não foram as cuecas da Patrulha pata, ou das letras, ou das riscas ou dos relâmpagos que resultaram. Foi mesmo quando estavas preparado. Obrigaste-me a relaxar e a dar-te tempo. Resultou.
 Continuas a acordar cedo. Apareces todos os dias no meu quarto, e de pé ao lado da cama sussurras, de mochila com brinquedos às costas, "posso ir brincar ? O sol já nasceu".
Adoras passear, mas queres sempre saber quando chegamos a casa. Aliás adoras estar dentro de casa fazendo construções do lego e inventando histórias com os bonecos e animais do playmobil. Não vamos falar da paixão deste verão por dinossauros. Estegossauro foi o teu preferido.
Todos os dias perguntas como se diz determinada palavra em inglês. Todos. E muitas. E fixas as palavras que não te soube responder. Gostas especialmente de juntar as cores que já sabes às palavras novas que descobres. Ontem foi white door. Amanhã será o que te lembrares.
Descobrimos recentemente Montessori e estás fascinado com o sítio onde vais. Se te perguntamos se estás a gostar a resposta não pode ser mais clara: - Gosto muito muito. Também gostava que a Inês gostasse muito. Ela pode vir? Assim gostamos os dois muito!
É uma relação muito umbilical.
Ficas fascinado com os números e com a junção dos números. Ontem apontaste para o 3 e disseste com alegria - É o número de anos que vou fazer, mãe!
Pois é. 3 anos. Parabéns meu Xavi!

quarta-feira, setembro 27, 2017

Parabéns MI - 5 anos!


Acordamos. Escrevo-te estas linhas e o Xavier carrega no botão de desligar do computador. Aborreço-me com ele e tu dizes:
- Mãe, os filhos fazem destas coisas.
Como quem diz. Não te zangues. Acabamos todos a rir do ar aflito que ele faz.
É assim que tu és. Protetora do Xavier até à última casa. Andas de mão dada, dás-lhe abraços, defendes do que deves defender e do que não deves defender. Fá-lo rir mesmo quando ele tem vontade de chorar e depois acrescentas - Conseguimos mãe, já não chora.
Durante este ano conseguiste ultrapassar o medo de mergulhar a cabeça debaixo de água. Foi uma vitória para ti, equivalente a algo que nunca devo ter feito. Agora andas na piscina como sempre tivesse sido natural para ti, mas sabemos que não foi. Foi um medo superado de forma racional e não emocional.
És alegre e barulhenta. Continuas com o "volume estragado", mas já vai melhorando. Gostas muito de ir à escola, vais feliz todos os dias, mas também trocas um dia na escola por um dia na diversão com o Xavier.
Perguntas TUDO, mas mesmo tudo. Por isso o livro de eleição agora é um livro de perguntas e respostas. Perfeito para uma perguntadora.
Acordas de mau humor tanto de manhã como da sesta. Mesmo. É difícil compreender como pode caber tanto mau humor em 1 metro de gente e depois passado minutos estares tão bem-disposta. Deve ser o que se chama "acordar com os pés de fora".
Continuas a viver tudo intensamente. A beleza da natureza comove-te e uma flor nunca é só uma flor, o mar nunca é só o mar. Continuas a sonhar com o dia em que regressamos aos Açores.
Ontem disseste:
- Mãe, sabes que eu e a avó inventámos um terço. Em cada bolinha agradecemos uma coisa boa do dia. São tantas bolinhas e é bom, porque podemos agradecer muitas coisas.
- Dá-me lá um exemplo - pergunto eu.
- Podes agradecer os filhinhos lindos que tens. - e ris à gargalhada.
E agradeço mesmo...Parabéns MI!

sexta-feira, outubro 14, 2016

2 anos de baby X.

2 anos. O número que não consegues fazer com os dedos. O número que saltas quando jogas às escondidas e de cara na parede dizes "ummmm...tês!" e segues procurando quem se esconde de ti. No último ano de "Clá" passaste a Xavi, de bolinha passaste a entroncado. Não paras, (não paras mesmo!), corres no teu jeito de corrida apressado e trôpego, saltas de tudo o que tenha um mínimo de altura (e sim, ainda vai chegar o dia em que vamos ao hospital, porque saltar de móveis de um metro de altura não corre bem). Chamas-te a ti próprio de "[ma]caco bebé", quando te penduras de cabeça para baixo no parque infantil. Adoras a piscina e que te mergulhem até ao fundo. Vens sempre à superfície de olhos abertos e sorriso escancarado. Chamas de "lua" ao sol e de "amae'elo" e "roxo" a tudo o que são cores. E falas. Falas muito. O teu livro de bebé está praticamente vazio no que às palavras concerne porque não há hipótese de escrever a explosão de palavras diárias novas. Assim, só escrevemos o que dizes de forma ainda incorreta, como "mima" em vez de "cima" e helicópetro (que é impossível transcrever).
Adoras desenhar. As paredes, os aquecedores, o chão (!) e os móveis passaram dias difíceis, mas agora já te contentas com longas folhas de papel, onde deitado ou sentado passas minutos a desenhar bolas e bolas e bolas e bolas...chegam a ser mais de 20 por papel A4. Adoras sujar as mãos (e os pés) de tinta.
O teu animal preferido é o leão, mas os elefantes vêm logo atrás. Foi fascinante ver a tua reação no Jardim Zoológico. Tiveste medo, muito medo dos golfinhos. A tua expressão era de quem não percebia como podiam estar a chamar aquele nome já teu conhecido àqueles animais enormes.
Continuas lapazinha. Continuas a adorar colo. Continuas a adorar festas e abraços. Tens um óptimo acordar (só cedo, mas para quem passou meses a acordar às 5h30, 7h30 é luxo!) e ficas na cama a chamar docemente "mãeeee", até que te vou buscar. Choramingas muitas vezes quando te deixo em casa da avó. Não imagino como seria se fosse na creche. És mimado, mimado no sentido de cheio de mimo. Quando te perguntam o nome respondes "bebé", mas já falas na 1ª pessoa em vez da 3ª pessoa (crescido, pá!). Gostas de aninhar no colo enquanto fazes festas demoradas e enrolas a tua mão no meu cabelo. Já disse como gostas de colo?
Quando és contrariado ficas um especialista no beicinho .A 1º fase é o beicinho, a 2ª fase é o beicinho com o lábio de baixo a tremer, a 3ª fase é isso tudo mas deitado no chão com som de choro. Não há como resistir e (confesso-te hoje) o mais difícil é mesmo não rir. À medida que aumenta o teu vocabulário chegas menos vezes à 3ª fase (ufa!).
Ainda não consegues andar de triciclo (ser baixinho às vezes é lixado, hein?), mas andas (furiosamente) num comboio em que usas os pés no chão e a velocidade estonteante com que o fazes põe a malta a rir na rua. E sim, rir, não posso deixar de dizer, é a tua outra especialidade. Rir e fazer rir. És cómico e exploras isso muito bem.
Repetes tudo o que tua irmã diz (e faz). Normalmente quando é disparate. Dizemos que são o Dupont e Dupont. Tens uma adoração por ela. Quando ela começou a escola ficavas muito triste por ela não estar contigo e agora que já sabes que de manhã ela está na escola perguntas "a mana?" e dás logo a resposta "ah, está na e'cola" e assim ficas tranquilo.
Tranquilidade é outra característica tua. É uma tranquilidade (traquina) estar ao pé de ti. É difícil explicar, mas é mesmo assim. E é uma tranquilidade ver-te crescer seguro e ansioso por descobrir mais mundo. E é uma tranquilidade saber como te sentes amado.
"Quem é o bebé mais querido do coração da mãe?"
"Sou eu!!!"
Parabéns meu Xavier. Parabéns lapazinha. São "dôsh" anos!

terça-feira, setembro 27, 2016

Parabéns MI - 4 anos!


Na véspera de fazeres 4 anos deitas-te a dizer: “Sabes que sou uma princesa?”. Eu respondo tontamente: “Ah és? E eu?”. “Tu não és uma princesa”, respondes apressadamente, “és a minha melhor mãe” e apimentas a resposta com um abraço apertado (continuo sem saber o que entendes que é uma princesa...).

Deitas-te e já no escuro do quarto acrescentas: “Sabes Jesus, não sei o que te vou agradecer hoje, estou tãoooo cansada…amanhã faço 4 anos e vou ter um bolo para levar para a escola, não sei se os meninos vão comer todo, mas podem! Boa noite Jesus”.

E é assim que entras nos 4 anos.

Já não acreditas na magia de soprar para as portas automáticas dos centros comerciais abrirem, mas acreditas na magia de fazer o Xavi feliz e quando passamos as portas sopras e dizes: “Vês Xavier, abriu-se!”.

Olhas o céu à noite e procuras sempre a tua estrelinha. É sempre a que te parece mais brilhante, aliás as duas mais brilhantes, porque não te esqueces de procurar a do Xavier. Sim, deixaste de o chamar de Clá e passou direto para Xavier. Quando ainda por acaso chamamos de Clá perguntas com ar de gozo “porquê esse nome?” e quando te respondemos “porque foi o nome que lhe deste quando ele nasceu”, ris-te dizendo, “mas agora já não! Ai que tonta que eu era!”.

Já estás menos trapalhona a falar, mas a velocidade estonteante com que falas ninguém ta tira. Aliás, a velocidade, a cadência ininterrupta de quem tem muito para dizer e tanto para partilhar (não vamos referir o facto de o botão do volume estar com frequência estragado…;)) e as mil perguntas que surgem do nada e de tudo o que vês. “O que é roer? O que é morrer? O que é impraticável? O que é respeitar? O que é ter Jesus no nosso coração? O que é o fogo? Não, o que é mesmo mesmo o fogo?”. “Porque é que a lua e o sol durante o dia às vezes estão no céu ao mesmo tempo e às vezes não? Porque é que eu às vezes lembro-me do que quero dizer e outras vezes esqueço as palavras? Porque é que o Xavier consegue mergulhar os olhos na piscina e eu não? Será que um dia vou conseguir? Porque é que eu tenho medo? O que é ter medo? Eu tenho saudades dos primos, porque tenho saudades? Como é que podemos ajudar pessoas que não têm carro a ir para os sítios? É um problema porque às vezes usam bastões (bengalas) e depois não conseguem entrar bem no nosso carro…Como vamos partilhar o nosso carro com elas? Não preciso de mais brinquedos mãe, tenho tantos, como vamos dar a quem não tem? Como sabemos quem são os meninos que não têm?” Tantas e tantas perguntas...

És barulhenta, falas ao mesmo tempo que dás gargalhadas, dás muitas gargalhadas, adoras andar ao colo, às cavalitas, de trepar para cima de quem mais gostas. Escondes-te atrás das pernas quando chegas aos sítios. Começaste a escola há 3 semanas e vais muito feliz todos os dias. No entanto, tens saudades do Xavi nos dias de escola e quando chegas dás-lhe abraços como se não o visses há dias e não só há 3 horas (nunca te contei que ele suspira enquanto diz “mana” baixinho quando te deixamos na sala…). Finges-te bebé quando queres os privilégios que o Xavi tem de ser bebé, raramente amuas, mas quando fazes é impossível não dar por isso. Bates o pé quando estás muito irritada e depois bates o pé porque queres mostrar que estás, mesmo quando já não estás. Começaste esta semana a fazer a cama sozinha e tiveste muito orgulho em mostrar da primeira vez “vem ver a surpresa!”. Os teus olhos continuam verdes verdes, o teu cabelo loiro palha mas dizem que estás mais parecida comigo (será?), se isso se dever ao facto de andarmos a passar mais horas juntas que bom que é. Gostas de tudo o que é ao ar livre, mas também gostas de histórias e de letras e de números. Já sabes desenhar alguns números e parece que quando consegues fazer esses rabiscos que cresces uns centímetros (sim, continuas a ser sempre a mais baixinha). Começaste a ter medo do escuro, mas agarras no “Tintim peluche” (sim, eu sei, ele tem mesmo peluche no nome) e ficas bem. Ultrapassas os teus medos quando sentes que estás preparada. E ultrapassas sem ter ninguém a ver, fruto da persistência que te caracteriza. Só (ainda) não consegues “mergulhar os olhos”... Detestas que o pai vá de viagem, temos sempre de ver no mapa onde está, como foi para lá e no calendário quando volta. Continuas a gostar de usar a almofada dele, quando ele não está. Vives intensamente tudo e não consegues ver filmes da Disney sem chorar silenciosamente. Detestas a aranha da Abelha maia e tapas os olhos quando surge. Continuas a chuchar no dedo. E a fazer festinhas na orelha quando tens sono. 
Dizes com frequência: “gosto tanto de ti”. 
E eu de ti. 
Parabéns MI!

terça-feira, outubro 13, 2015

Um ano de baby X.




Um ano de ti, baby X! Há um ano tínhamos decidido o teu nome há poucas horas. Para não variar demorámos a decidir e esperámos até ao dia em que em principio irias nascer caso não te decidisses em nascer antes.  
13 de Outubro às 10h da manhã estávamos no hospital.  Os amigos "beatos" achavam giro ires nascer nesse dia, tu deves ter achado engraçado o empurrão e na consulta fizeste saber que estavas a caminho. Dia de tempestade. Não dava para andar a pé e tau...mãe deitada na cama à espera que o trabalho progredisse e, claro, demorou mais e nasceste às 1h 29 de dia. ..14!
Contacto pele a pele imediato. Amamentação  passado minutos. Pai a cortar o cordão. Foi possivel tudo o que não tinha sido possivel com a tua irmã! Moreno e lindo, disseram que serias parecido com o bisavô Jaime que já não conheceste. Mas de moreno passaste a loiro e os olhos claros passaram a castanhos. À medida que foste crescendo foste tambem começando  ficar mais parecido com o pai e é giro ver que sendo tão diferente da Mi toda a gente acha os dois parecidos com ele :)
Aos 4 meses dormias 11 a 13 horas e brincávamos dizendo que devia estar nos genes (relembro-te que a Mi há um ano chegava a dormir 20h de seguida!). Cedo falámos porque nos 8 meses seguintes já nos brindaste com muitasssssss noites mal dormidas, com dias a levantar às 5h30 da manhã pronto para o dia e outros que tais. Enfim, trouxeste animação nocturna e gratuita, não nos queixemos.
Revolucionaste as minhas noites e também os dias. És uma lapazinha.adoras colos e até dás palmadinhas nas costas da alegria de estar ao colo. Dormiste tambem longas sestas nos meus braços (era a unica forma) e o pano e depois o marsupio foram os nossos melhores compinchas na licença de maternidade. 
Assiste a concertos, fomos passear pelo Norte de Portugal e Galiza, com três semanas já tinhas ido a dois casamentos e correspondentes festas, foliámos muito!
A tua primeira palavra foi "Tintim", nome do cão da Bisa Amélia, e já tens sons específicos para quando queres chamar e quando estás aborrecido (pareces o pato donald).
"Fizeste" com que prolongasse a licença maternidade mais dois meses e com que, recentemente, reduzisse o meu horário de trabalho. Mudaste-me profundamente...
Junto com a Mi fazem-me surgir cabelos brancos e puseram-me a ler teorias diversas sobre educação/ pedagogia e afins. Descobri com o coração o que me faz sentido mas quando balanço ao ser confrontada com as birras/desafios da Mi, em ti confirmo o sentido da pedagogia positiva. Em ti que, de gargalhadas roucas e sonoras, a fazes rir à gargalhada mesmo quando lhe estragas a brincadeira. Se tu, bebezolas de 365 dias, consegues como não havemos de conseguir nós!?! 
És um presente doce doce. Dás festinhas de olhos nos olhos. Adoras mimos nocturnos (mas não falemos novamente das noites...) e que conversem contigo. Adoras ainda mais a Mi, a quem segues gatinhando ou andando (já andas em pé! ) para todo o lado. Ela também já não se imagina sem ti e mesmo quando surgem os ciúmes não gosta quando não estás com ela! Ah! O quarto que era dela já é oficialmente dos MIX, o espaço que ocupas dentro de nós 3 já é oficialmente teu! 
Parabéns lapazinha, bolinha, baby X...parabéns meu "Clá"! 

domingo, setembro 27, 2015

Parabéns MI - 3 anos!

3 anos.
3.
Se a ti custa-te fazer o gesto com os dedos, a mim custa-me imaginar que já tens 3 anos! Para escrever este texto fui reler o que te escrevi quando fizeste um e dois anos. E como parece distante...
Há um ano eras filha única. Davas gargalhadas sem fim. Pensavas que o teu irmão estava no meu umbigo. Falavas de uma forma em que só os mais próximos te percebiam. Gostavas de dar mergulhos na praia, adoravas a praia. À tua grande amiga chamavas "I". Os avós não tinham nome, os primos idem. Não fazias birras. Comias beterraba e couve roxa como se fosse o maior pitéu. Demoravas longos minutos a adormecer e tinha de ser sempre acompanhada...
Ao longo destes meses descobriste que o colo nem sempre estava disponível. Sentiste-te "traída" por um baby X que chorava ao fim do dia e que fazia toda a gente dizer uns "oh...que querido" que antes eram-te dirigidos. Mas aprendeste também a ser a mana mais velha, a fazer-lhe festas e cócegas (aliás, as maiores gargalhadas que ele dá são fruto de brincadeiras tuas). Quando ele só mamava não deixavas que ninguém lhe desse comida e ainda agora "geres" o que ele deve ou não comer. Gostas verdadeiramente dele. Ah! já te disse que começaste a fazer birras?
Passaste também a não gostar de molhar a cabeça, o que dá "imenso jeito" dado teres começado a ir à piscina semanalmente no final do ano passado. Continuas a adorar a praia, mas este ano tinhas sempre frio, o que equivale a dizer que só os teus pés é que tomaram banho de água salgada.
Se antes demorávamos horas num ritual longo para deitar, agora ele é muito mais simples: eu vou deitar o Clá, tu vestes o pijama com o pai e vês um episódio do Ruca (o único desenho animado que vês e até já te reconheço a repetir frases do Ruca...), eu volto e vamos lavar os "entes", entramos às escuras no quarto que agora já partilhas com o mano, deitas-te, dizemos uma coisa boa e menos boa do dia e agradecemos tudo isso. Terminamos esta mini partilha com uma frase que eu digo e à qual tu respondes (excepto nos dias em que estás zangada) e saio do quarto.
Os "tutus" passaram a ser pássaros. A "uaua" a praia. O carro do pai passou de "mimi" para mini. O "oó" passou a ser o "japama". A Bisavó passou a ser Bisa e os avós são chamados pelos nomes próprios. O Xavier começou por ser Clá e continua a sê-lo. E já propagaste o nome. Constróis frases enormes que tornam-se incompreensíveis quando falas e brincas com os teus amigos imaginários (não podemos esquecer de convidar o Popis e o Pista para a tua festa).
Dás gargalhadas. Muitas. E choras por vezes também muito quando as coisas não estão a correr como queres, é natural, estás a descobrir-te. És persistente. Muito. Quando há algo que não consegues fazer, vais tentando até conseguires. Recentemente foi o descer escorregas altos. Só pôr a cabeça debaixo de água é que és persistente no não fazer!
A tua grande amiga passou a ser chamada de "Lu", mas criaste muitos mais amigos. Filhos dos amigos dos pais e amigos do parque. Já vais lanchar a casa deles sozinha e tudo.
Calças-te e vestes-te sozinha, os botões é que te irritam porque não consegues abrir e fechar. Adoras, por isso, usar coisas sem "botãos".
As longas sestas (de 5-7h) diminuiram a partir do momento em que deixaste de usar fraldas, e andamos todos a descobrir como "aguentar" até ao fim do dia, nos dias em que não dormes qualquer sesta. O que vale é que são excepções e ainda dormes 15h de seguida de vez em quando.
Já não és o bebé doce que, de olhos azuis (que agora são verdes) e cabelos loiros e sorriso aberto punha toda a gente derretida. És determinada. Sabes o que queres. Tens uma memória espantosa. Quando te explicam as coisas fazes "ah" e realmente entendes. Tens dificuldade em partilhar mas vais fazendo um (pequeno) esforço. Dás gargalhadas, mas por vezes também choras (alto!) de forma irritada. Bates o pé quando queres vincar o que estás a dizer. Falas ainda na 3ª pessoa e dizes a "I'ês" isto e aquilo, excepto quando me dizes "eu gosto muito da mamã" e acompanhas com uns abraços doces doces...

Parabéns minha querida, já são "t'ês" anos!

PS: Continuas a achar que a beterraba é o maior pitéu!

sábado, abril 25, 2015

Mi e o dói dói da Bisa

(desenho da MI - 24-04-15)
A Bisa caiu.
Inesperadamente, como sempre que é um acidente. Susto valente. Daqueles que sentimos que vamos recordar para sempre o momento, mas que, felizmente, hoje podemos dizer "podia ter sido tão pior..."
Como é que foi ao olhos da MI (2 anos e meio) ver esse momento? assistir ao choro, ao descontrolo, à dor daqueles que ela vê todos os dias sorrirem-lhe?

Não sei como é, mas sei como é que a MI transmitiu o que sentiu:

No dia parecia que nada tinha acontecido. Dizia que a Bisa tinha dói dói e apontava para o dedo dela e para a orelha do Clá, onde se viam 2 arranhões. Também eles tinham dói dói. Simples.

No dia a seguir já foi tudo diferente.
Começou por não querer dar beijinho à avó, por não querer ir para casa da avó. Parecia "sentida", "ofendida" com ela. Acabou por ir e contente. Chegada lá não queria olhar para a Bisa. Tapava os olhos com a mão e só dizia Bisa dói dói. Ficou a brincar por perto mas sem olhar muito. Passadas umas horas já quis ir para o colo da Bisa. Encostou-se a ela, olhava-a e fazia festinhas leves levezinhas para não magoar.
Passo 1 estava dado.

Mas a ofensa com a avó continuava. Passou o dia a dar sapatadas ao Clá sempre que o via no colo da avó. Ele chorava, ela ficava incomodada, mas passadas umas horas...tau outra vez.

À noite percebemos o que se passava. Na véspera, no meio do caos, ela tinha chamado pela avó e a avó tinha ido a correr embora atrás da ambulância onde ia a Bisa, não tendo ouvido os gritos dela. A avó que vai sempre mal ela dá um ai tinha ido embora (fugido como ela diz) e não voltou a vê-la senão no dia seguinte.
E percebemos porque verbalizou...Disse "Vó má. I'ês uée uée [chorou chorou] e vó fugiu". E, como estava a desenhar, pedimos que desenhasse a "Vó Má". Fez os 2 rabiscos a vermelho e verde (ela e a avó) no fundo da página. Muito pequenas para folha de tamanho A4.
Depois explicámos, contámos tudo de uma maneira simples para que percebesse o que tinha acontecido.
E ao fim de algum tempo ela sorriu. Deu um abraço enormeee à avó e disse: "Vó já não má, vó gota I'ês" e quando sugerimos que desenhasse então a "Vó-já-não-má" desenhou, de sorriso nos lábios, os riscos castanhos enormes e os riscos a caneta também grandes, a dizer que era ela e a avó.
Passo 2 estava dado.

À noite o Clá continuou a levar sapatadas...
Os ciúmes que sente desde que comecei a trabalhar e ele começou a ir também para casa da avó estão a ser difíceis de controlar! :)
Passo 3...hum..ainda on going!

segunda-feira, abril 06, 2015

Quase 6 meses de baby X

Querido baby X,

escrevo-te estas linhas quando estás a caminho dos 6 meses.
Olho para ti.
Dormes com as pernas em cima do meu colo e a cabeça numa almofada ao lado porque não consegui adormecer-te na cama. Não faz mal, sabe bem sentir o peso dos teus mini-pés em cima de mim.
Olho para ti.
Passei a tarde a escrever no livro do bebé as tuas mais recentes façanhas: já rebolas (e estás um perigo em qualquer superfície que não seja o chão), já agarras os pés e levas à boca (mas em vez de o pores na boca pões o polegar -posso dizer-te que estás a ficar parecido com a tua mana e a rejeitar a chucha preferindo o dedo...), já agarras tudo o que te passa à frente dos olhos (e derrubas 75% dessas coisas), agarras os meus cabelos e não largas (olha que eles já caem o suficiente, não arranques mais!).
Passei também a tarde a passar as mensagens de boas-vindas, que os amigos nos enviaram para o telemóvel há quase 6 meses, para o teu dossier. Tantos amigos que tu tens, rapazinho de sorte.
Olho para ti.
Camisola cheia da sopa que experimentaste hoje pela primeira vez. Acho que entre a minha camisola, a tua e as mãos da MI, que quis dar-te a primeira (e a segunda e a terceira...) colher de sopa, deves ter comido pouco pouquinho. Não faz mal, amanhã tentamos outra vez e podes novamente "dar de comer" às camisolas :)
Olho para ti.
Sinto o tempo a fugir neste regresso ao trabalho, já só falta uma semana. Pouco pouquinho, para aquilo que são as longas horas a que nos habituámos neste quase 6 meses de convivência a 2, a 3 e a 4.
Olho para ti.
Sono tranquilo, de quem nada teme. Sentes-te seguro, isso transparece a cada respiração ritmada, que vou sentindo em cima da minha barriga.
Olho para ti.
E sorrio. Penso nesta manhã, em que a chuva nos fez ficar por casa, com a pequena MI a traduzir-te permanentemente.
Hoje era porque querias estar no "ginásio" no chão, em vez de estar sentado ao meu lado no sofá. Ontem era sobre a razão por que choravas no carro...Sabes, ela fica verdadeiramente aflita quando choras nas viagens de carro. Já sabe que não gostas do "vOvo" e não tem solução para isso, então vai falando contigo numa tentativa de te acalmar e chega a chamar reforços! O Popis e o Pista sentam-se muitas vezes ao teu lado, embora sem sucesso em que passes a viajar tranquilamente no carro.
Olho para ti.
Entrámos no mês das mudanças: vais começar a comer e deixas de simplesmente mamar, vais ficar a dormir a primeira noite em casa da avó (vê se a deixas dormir!), vais começar a passar os dias lá e eu a recomeçar os dias casa-trabalho, vais,... bem, vais continuar a crescer, mas posso continuar a chamar-te de "bebezolas" por mais uns meses, não posso?
Olho para ti...és lindo!

quarta-feira, dezembro 31, 2014

MI e a dentadinha

Pois é MI...este dia haveria de chegar...
Entre os mil beijos (e cada vez mais ternurentos) que dás ao baby X, entre as vezes em que deitas a tua cabeça em cima da barriga dele, sem perceber porque faz barulhos de protesto, entre as vezes em que pões o dedo na boca a chuchar mas em vez de fazeres festas na tua orelha esticas o braço e fazes as festas na orelha dele, ao mesmo tempo que encostas a cabeça, entre as vezes em que agarras-lhe os braços para entusiasticamente tentar que bata palmas quando acontece alguma coisa que te põe muito feliz, entre as vezes que o chamas (e continua a ser Clá...vai mesmo ficar este nome) para que ele te veja comer ou brincar com qualquer coisa que gostas muito, entre as vezes, dizia eu, em que tudo isto acontece, tinha de vir o dia em que lhe davas uma dentada e, foi hoje!

Ele estava ao colo do pai, mas só reparámos quando desatou a chorar. Logo de seguida dás uma dentadinha na tua mão, como que a ver se fazia sentido ele estar a chorar tanto. Ficaste como que espantada pela reacção, como se não esperasses que chorasse assim. A minha reacção sei que não foi a melhor, insisti no assunto mais do que tu tens capacidade para perceber, logo do que devia.

Mas tu, como sempre tem acontecido nestes meses, continuas a surpreender. E passado 1h, estávamos já a jantar, a conversar e a brincar tu perguntas: "Mãe, o doi-doi do Clá já tá?", eu perguntei a que doi doi referia-se e ela responde apontando para a mão dele (a que tinha levado a dentada) e respondi que sim. Então fazes um ar muito feliz e dizes agarrando na mão dele (essa mesmo): O doi-doi já tá Clá, o doi-doi já tá!! (dando um beijinho ternurento na mão - sim, nessa mesmo).

sexta-feira, novembro 14, 2014

Um mês de baby X

Foi há um mês.

Há um mês, se dúvidas houvesse, repetiu-se a a magia sentida no nascimento da MI. Desta vez conseguimos aproveitar melhor, porque o parto, apesar de mais demorado, foi mais tranquilo. E digo conseguimos porque desta vez o pai André pôde assistir, o que permitiu saborear melhor a torrente de emoções que é esse momento.

Baby X, há um mês que nos estamos a descobrir:
Já sei que fazes mil barulhinhos diferentes quando estás quase a acordar.
Já sei que quando choras de irritação mexes muito as mãos e braços, mas se é da barriguinha que dás às pernas feito ciclista.
Já sei que detestas o "ovo", e mal sentes o clique dos cintos, berras a sério.
Já sei que não gostas do sling, mas do pano sim!
Já sei que gostas de ficar enroscadinho feito bola no peito, quando acabas de mamar.
Já sei que entre as 6h e as 8h da manhã não pregas olho. Não choras, simplesmente ficas de olhos abertos. Só adormeces se o pai te encostar a ele (e é só se for ele) ou se entretanto o relógio marcar 8h01!
Já sei que o teu mundo está muito mais barulhento do que era o da tua irmã. Pudera, ela não te dá descanso quando estão juntos.
Já sei que a tua cama tem "picos", em especial quando vens de um colinho quente, mas que gostas de estar em cima do sofá, na mesma manta que a tua irmã usava.
Já sei que bolsas se me distraio e dou-te de mamar mais deitada.
Já sei que as tuas unhas crescem a uma velocidade estonteante e que só descubro isso quando tens mais um arranhão ou quando arranhas a MI, quando os teus braços fazem aqueles movimentos impossíveis de replicar.
Já sei que o amor por ti vai crescendo, devagar mas intensamente, tal como tu vais crescendo, como comprovam os bodies e babygrows que já vão sendo arrumados por já não fecharem.
Já sei que a tua irmã te adora, e todos os receios iniciais se esfumaram a cada beijo que te dá. Deu-te o nome de "Clá" e quase que  desejo que te chame para sempre assim, de tal maneira é doce a forma como o diz...

Baby X, na primeira semana chorei das dores da recuperação do parto, da subida do leite e da ansiedade de gerir as "dores" da tua irmã. Na segunda e terceira semana a tranquilidade de saber que tudo passa e melhora permitiu que nos fossemos ajustando e a tua calma também ajudou, e fomos à praia, a parques e jardins, a casamentos e jantares fora.
Agora na quarta semana baby X, és tu que choras. Por tudo e por nada, como fazem os bebés. Mas, olha,... já sei que também isso passa e que tudo nos faz sentido contigo por aqui!
 


terça-feira, outubro 21, 2014

MI: 16 Outubro foi o dia em que (re)conheceste o teu irmão

Querida MI:
o teu irmão nasceu dia 14, mas só o viste dia 16. Passaste 4 dias sem me ver. Sei que andavas pela casa a dizer "mamã não há", e era difícil explicar-te onde é que eu estava, por isso já esperava a tua reacção de zanga.

Chegaste ao hospital zangada, não me falavas, não me dirigias o olhar. Ao mesmo tempo estavas assustada e agarravas a tua boneca preferida como se fosse uma bóia. Peguei na tua boneca e carreguei na barriga, ela faz uns sons muito giros e tu começaste a abrir o sorriso. Olhaste então para o X., que estava ao colo da avó. Olhaste para a tua boneca e novamente para ele e disseste: dois! Para ti eram 2 bonecos. Aproximaste-te então e carregaste na barriga dele. Ele não fez os sons muito giros que esperavas e ficaste espantada. Mas abriu e fechou os olhos então isso soou-te familiar e disseste que estava no "oó!" Tranquilizou-te estares a perceber alguma coisa. Andámos pelo corredor do hospital a ver bebés dos outros quartos e cartazes com bebés, foste sorrindo e apontando para tudo.

Viemos todos para casa nesse dia.

Disseste-lhe olá e ele fez um "uaá", abriste os olhos de espanto, como quem diz "ele respondeu-me!!!". Foi aí que ele te conquistou, mesmo sem sabê-lo. Quiseste ir mostrar o teu quarto, os teus brinquedos preferidos, querias que carregasse nos livros que dão sons, mostraste tudo o que o teu quarto, o teu mundo, tem de mais bonito.

Desde então preocupas-te quando ele chora, sorris e dás mil beijos nos pés, pernas e cabeça. É-te difícil perceber que ele não olhe para onde queres que olhe, mas aceitas.
E só, mesmo só, quando estás com muito soninho e cansada, em que o colo do pai já não é suficiente e queres o da mãe, e ele está ocupado com o mano a mamar ou a nanar é que ficas triste e tentas que ele saia de lá, dizendo "dai, dai"=sai, sai, não querendo partilhar aquele colo que foi só teu durante 2 anos.

Querida MI, no dia 16, dia em que (re)conheceste o teu irmão - aquele a quem fazias festinhas através da barriga, empurrando o umbigo da mãe para dentro porque pensavas que era aí que ele estava - transformaste-te na irmã mais velha(!), mas continuas a ser o meu amor pequenino. E, minha querida, o amor cresceu!

sexta-feira, setembro 12, 2014

A 2 semanas dos 2 anos

Querida MI:

Escrevo-te a 2 semanas dos 2 anos.

Porque não sei como vão ser as próxima semanas. Se o Mano (ainda sem nome) decide nascer mais cedo, se decide nascer no teu dia de anos, se decide "dar-nos" mais umas semanas para continuar a saborear-te como filha única.

Escrevo-te a 2 semanas dos 2 anos, por que sei que assim tenho tempo para descrever-te...

Desde que mudámos de casa que já não adormeces tão bem à noite, se é uma fase não interessa, porque transformámos esse tempo mais demorado num novo ritual! Assim, tu escolhes os livros que queres ler. Invariavelmente, há o livro que o pai lê, o livro que a mãe lê e o livro da "gixês", que é como dizes o teu nome, e o livro do oó (que é o último antes de ir dormir). Depois deitas-te na cama "grande", que é a cama para onde irás quando saíres (em breve) da cama de grades, e agradecemos ao "Jesu" o dia que tivemos. Para isso vou contando o teu dia e e o dia dos pais. No fim adormeces, chuchando o dedo que insiste em ficar (polegar da mão esquerda, nada de confundir com outro, porque não "sabe" ao mesmo) na boca quando estás com sono ou a adormecer.

De manhã acordas, habitualmente bem-disposta, com a alegria de quem não tem horários, corres pela casa, dizes "papá oó" quando passas no quarto dos pais, fingindo pensar que o pai continuará a dormir apesar dos teus gritos e passos apressados pela casa toda, brincas e escolhes que brinquedo vais levar para casa da Avó Paula, onde passarás o dia.

Sabes MI, dos passos titubeantes que davas há um ano, passaste a correr. Corres para os braços do pai, Corres para ir buscar o livro que queres "ler" à prateleira (prateleira essa onde só chegas em bicos de pés porque continuas pequenina). Corres com o Tintim, o cão da tua Bivó Amélia, e que passeias pelo parque com um orgulho tal que abrem-se sorrisos. Corres para ir brincar, com os amigos do parque, com os filhos dos amigos dos pais, com aqueles com quem te cruzas.

Das comidas passadas e dadas em jeito de aviãozinho (a sério que só tiveste o primeiro dente com um ano, já não me lembro...), passaste a trincar, moer e tudo o mais. Já tens 16 dentes e tens gostos muito peculiares: a beterraba e a couve roxa fazem-te os olhos brilhar, consegues comer uma mão cheia de bagas de goji (que nem sei que sabor tem), deliras com peixe, carapau e sardinha no top 2, mas claro, não esqueçamos o arroz e demais massas, que te fazem largar a colher com que já comes sozinha para agarrar pedaço a pedaço do prato e levares à boca com sorrisos de satisfação. Este Verão aprendeste a procurar pinhões nas pinhas caídas e passamos serões a parti-los para tirar da casca dura. Como não sabes ainda dizer "pinhão", quando queres comer um mimicas o gesto de partir com a pedra, que se torna impossível não entender.

Gostas de riscar tudo, a avó Paula já tem um Picasso na parece do corredor que teima em ficar, é estrnaho, apaga-se e no dia seguinte volta... (está visto que vai ficar), e as folhas de papel, pequenas ou grandes enchem-se de gatafunhos, que vamos percebendo na medida do vocabulário que entendemos que dizes. Assim, os desenhos preferidos para já são os carros (ditos com rr's à francesa), os uauas (gatos), os tintins (cães), os tutus (passaros) e os tutus da uaaauaaa (peixes).

Não dizes Avó ou Avô, mas deliras quando qualquer um deles está contigo e fazes brincadeiras específicas com cada um e sabendo desafiar também de forma diferente cada um! Os tios (quer de família, quer amigos dos pais), são todos "Ti", um dia terão nome, mas não duvidam que sabes quem são e também o que gostas de fazer com eles. Os primos...ui, esses fazem-te dar gargalhadas, quando brincam contigo.

Dás uns beijos doces doces, com som e tudo, que encantam quem os recebe. Sorte a nossa, ao termos-te em casa todos os dias, que recebemo-los a pedido e sem ser a pedido, acompanhados de festas na face e olhar ternurento.

Maria Inês, nosso amor pequenino, os teus 2 anos de vida não podiam ter-nos trazido mais alegria. Que continues a crescer em graça e formosura e a ensinar-nos a crescer como pais!


terça-feira, abril 08, 2014

Coincidências do tempo ou do amor?

O pai. O pai...
Aos 18 meses o pai tem uma importância enorme para a MI.
Desde pequena que nas ausências por trabalho se nota que lhe sente a falta, mas como esta semana nunca aconteceu...
Há 2 dias que anda pela casa a apontar tudo o que lhe lembra o pai: as pantufas de renas natalícias que estão no canto do quarto fazem-na dizer um "pai" sorridente; o carro faz dizer um "pai" entusiasmado de quem acha que o vamos buscar; o canto do sofá onde habitualmente se senta um "pai" mais sumido, mas foi na nossa cama, onde esta noite ela dormiu, porque na cama dela passava o tempo a chamar "pai, pai paiiii", que ela conseguiu descansar, com a mão e a cabeça encostadas à almofada do lado "dele" e adormeceu a dizer baixinho "pai"...
Esta manhã disse-lhe "o pai chega hoje", sem pensar que não sei o que nela representa o tempo. Só sei que à hora da sesta (em que ela adormece habitualmente em 5m) ela não adormecia por nada, as horas passavam e ninguém a deitava e só chamava pai... Até que a minha mãe tem uma ideia, pega no telefone e liga ao André dizendo "dá-lhe um beijinho que só chama pelo pai", e o André envia um beijinho por telefone, a que ela tentou responder por aquela via que permite ouvir o pai mas não vê-lo e... passado 5m dormia descansada, num sono calmo de onde ainda não acordou.
Coincidência do tempo ou do amor? Acho que sei a resposta.

sábado, novembro 23, 2013

Brussels Wine Market 2013

Foi assim no Brussels Wine Market 2013, que teve lugar no The Hotel em Bruxelas a 16 de Novembro de 2013:













 

 


Bruxelas, 16 Novembro 2013

domingo, novembro 03, 2013